Momentos de animação durante a guerra
palmente em Angola e Moçambique. Até hoje, vou cantando alguns dos duetos que fiz com elas neste álbum"
Curiosidade "Don kikas foi o mentor e o compositor, co-produtor mas o produtor musical na época foi o nosso músico compositor intérprete Yeyé o kota (Osvaldo Fonseca). Entenda, Armando Quim ( Americano) levou a K7 por engano onde estavam as ideias gravadas pensando que eram as suas músicas porque na altura estava a ser produzido pelo Yeye" Armando Joaquim
O vídeo da música "Ficou Coxito" da Female Move foi feito as condições eram limitadas, mas ideias não nos faltavam. O grande Miguel Calado realizou este vídeo com muita entrega e amizade"
"No dia 27 de Novembro de 1997, actuei pela primeira vez em Angola, como profissional. Foi no antigo cine teatro Karl Marx. Logo à chegada a Luanda, as pessoas aproximavam-se para abraçar e agradecer pela música “Esperança Moribunda”, quando eu acreditava que o meu maior sucesso era a “Pura sedução”. Foi então que percebi, por experiência, a importância e a força que a música tem, como veículo mensageiro. Obrigado meu povo"
" Lembro-me que escrevi esta música em 1997, num apartamento pequeno em que vivia, na Costa da Caparica. Mas não imaginava que estaria a cantá -la até hoje, como se a tivesse lançado ontem. Eu sei que no show dos 30 anos de carreira, esta não pode faltar Esperança moribunda"
Em Janeiro de 2001, durante o período da guerra civil em Angola, fomos cantar no município do Bailundo (Huambo), que tinha sido recentemente palco de grandes batalhas. Viajámos num voo militar e quando lá chegámos, deparámo-nos com um cenário triste e devastador. Uma localidade quase completamente destruída. Montaram a aparelhagem num passeio, ao lado da estrada, e actuámos ali mesmo. Foi gratificante ver a alegria do povo. Até os militares punham as armas de lado para dançar. Don Kikas, Maya Cool, Yola Araújo, Action Nigga, os músicos da banda. Foi uma experiência inesquecível. Esta e muitas outras histórias estarão no meu livro autobiográfico
"Nós temos um passado marcado pela guerra e em 1997 o Don Kikas tinha lançado o álbum onde tem na Lama do Amor e nós ouvíamos esta música no programa Discolândia. Porque havia aqueles momentos que o Jorge Gomes deixava de falar e as músicas tocavam todas. Eu consegui a cassete quando fomos a um ataque, na altura era militar. Capturámos e fizemos refém a cassete e assim deixamos de ouvir pela rádio e desta forma ouvíamos Don Kikas na nossa base.
Por vezes as pessoas querem passar a ideia de que a guerra é só ribombar dos canhões mas não é verdade, as pessoas não sabem do lado social daquilo que foi o movimento social da UNITA. Pensam que quem estava na mata provavelmente não sabe nada. Hoje eu estou aqui e nós quando dançávamos era a música de um angolano". Depoimento do deputado Adriano Sapinala durante o ensaio de Don Kikas para o Show do Mês.
Don Kikas
Emílio Camilo da Costa, nasceu a 4 de Janeiro de 1974 em Angola, na cidade do Sumbe, província do Cuanza-sul. Ainda nos primeiros meses da sua infância, emigra para o Brasil com os seus pais onde começa a ganhar o gosto pela música e o sonho de um dia vir a ser um artista. Aos 8 anos de idade, já regressado a Angola, compôs a sua primeira canção com a ajuda da mãe. Participava em alguns concursos para cantores infantis e as vitórias consecutivas serviam de incentivo para continuar a cantar, a compôr e a sonhar.
Aos 18 anos, vai para Portugal para continuar os estudos, nessa altura, em Lisboa, começa a cantar em discotecas e bares da cidade até surgir o convite para gravar o seu primeiro disco em 1994, editado em 1995 com o título “Sexy Baby”. Foi a rampa de lançamento para o sucesso e dois anos depois é lançado o seu segundo álbum “Pura Sedução”, no qual além da Kizomba, procurou mostrar que o Semba considerado na altura música para os “mais velhos”, podia ser consumido e preservado pela juventude.
Com esse disco abriu portas em vários novos mercados e arrecadou alguns galardões, com destaque para o seu primeiro “Disco de Prata” e o prémio de “Música do Ano” para o tema “Esperança Moribunda”, atribuído pela Rádio Nacional de Angola em 1997.
Depois de uma tourné por vários países, em 1999 grava em Lisboa, Paris e Boston o álbum “Xeque-mate”. Este arrecadou no ano 2000 o galardão de “Disco de Ouro” em Portugal. Em Angola, foi “Disco do Ano”, “Voz do Ano” e “Melhor Kizomba do Ano” para o tema “Na Lama do Amor”, atribuídos pelos prémios da conceituada Rádio Luanda.
Foi ainda convidado pelo artista brasileiro Martinho da Vila para uma parceria musical que originou uma digressão pelo Brasil, depois seguiramse convites para digressões pela Europa, EUA, Macau, Moçambique, Cabo-verde, África do sul, etc. Em 2003, com mais de 50 músicos de várias origens, grava o álbum “Raio X”, experimentando assim uma incursão por novas sonoridades e estilos ligados à cultura do seu país e de outras partes do mundo.
Com “Raio X” Don Kikas arrecadou o galardão de “Disco de Prata” em Portugal e seguiramse várias digressões em novos mercados. Já em 2005, numa nova fase da sua carreira, Don Kikas junta alguns dos melhores músicos do mercado para gravar o álbum “Viagem”, editado em 2006 pela sua própria editora AMG (Angola Music Group).
Um álbum duplo, que viaja entre as sonoridades modernas e dançantes da kizomba (CD1), passando pelas tradições do Semba, da kazukuta e do kilapanga (CD2).
A 15 de Maio de 2011 é lançado em Angola o sexto álbum de originais com o título "Regresso à Base". Disco gravado entre Luanda, Lisboa e Paris, este marca mais uma nova etapa na carreira do artista, sendo um sucesso logo à saída com vendas surpreendentes no primeiro dia.
Temas como “Sexta-feira” e “Amor de Ninguém” tornaram-se hinos em vários mercados de expressão portuguesa e não só. Em 2017, é lançada uma compilação dos seus maiores sucessos, 22 temas num duplo CD, que coincide com a realização de um concerto memorável numa das mais célebres salas de Lisboa.
Em 2019, o artista celebrava 25 anos de carreira. Devido à condicionantes da pandemia, a celebração aconteceu em 2020 com um concerto em Lisboa, com transmissão televisiva para o mundo inteipelos ro através da RTP e TPA em simultâneo. Assim encerrava um ciclo para iniciar uma nova fase que culminou na edição do seu sétimo álbum de originais, intitulado “Livre”, lançado em Março de 2022.
Em 2024, o artista comemora 30 anos de carreira, que serão celebrados com uma tour vários países por onde tem passado ao longo dessas três décadas. Don Kikas tem pisado palcos por todo o mundo, tem feito parcerias musicais com vários artistas de renome nacional e internacional, compõe para si e para muitos outros. Sempre com o nome de Angola na voz e no peito.