União Africana prepara um ataque a últimos bastiões do grupo shebab
MOGADÍSCIO Dirigente militar acredita que o conflito civil na Somália termina em breve
A Missão da União Africana na Somália (AMISOM) anunciou uma ofensiva iminente para expulsar os rebeldes shebabs que se encontram no sul do país e acrescentou que o conflito armado que assola a Somália há mais de duas décadas pode terminar em breve.
Em visita às últimas posições tomadas pela força africana, a 50 quilómetros a leste de Mogadíscio, o subcomandante do contingente ugandês da AMISOM afirmou que o próximo objectivo é a cidade de Marca, onde está parte dos líderes da Al Shabab.
“A tomada de Marca facilita a conquista de Kismayo. A cidade é o principal reduto dos radicais e é estratégica devido à importância económica do seu porto”, referiu.
Kayanja Mohanga disse acreditar que o conflito armado que assola a Somália desde 1991 pode terminar em breve. “Até ao final do ano, toda a Somália pode estar sob controlo das tropas aliadas”, afirmou. O subcomandante admitiu que a AMISOM pode assegurar, nas próximas duas semanas, o controlo de duas cidades de destaque, Marca e Barawe.
Segundo o oficial, o grupo Al Shabab conta com 300 homens em Marca, “contingente que a União Afri- cana pode combater com cerca de 850 soldados, veículos blindados e com o apoio do Exército do Governo Federal de Transição da Somália”. As tropas da Missão da União Africana na Somália, afirmou, tentam manter o controlo das zonas limítrofes através da estratégica cidade de Afgoye, antigo enclave islamita conquistado em Maio. Afgoye é uma cidade chave por ser uma zona muito fértil, em contraste com a aridez de outras áreas. A cidade liga Mogadíscio ao resto do país e a sua conquista representou a ruptura de uma via de comunicação crucial para os radicais islâmicos.
Além do conflito militar contra a rebelião do Al Shabab, a Somália finaliza um processo de transição política. O período de transição termina no dia 20, com a escolha do novo presidente.