Unidades industriais impulsionam progresso
CIDADE PORTUÁRIA DO LOBITO Administração Municipal tem desenvolvido iniciativas destinadas a melhorar o ambiente urbano
Lobito
O Lobito está a evoluir para uma região metropolitana, formada por uma área contígua urbanizada e intercalada pelo município da Catumbela, com áreas rurais. Ambos os municípios possuem um alto grau de integração entre si e apostaram no progresso e modernização, o que atrai o investimento privado.
O Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela apostou no progresso e modernização, com a integração de programas a concretizar a longo prazo e a articulação dos vários tipos de investimentos públicos, que viabilizam e norteiam os demais investimentos, atraindo a iniciativa privada, assegurou o administrador municipal do Lobito, Amoro Ricardo.
Está já a ser projectada a industrialização da fase dois, a ser instalada na região litoral Norte, entre o Lobito e a comuna do Biópio. A criação desta zona vai servir para a instalação de indústrias, um passo imprescindível para alcançar o patamar das cidades competitivas.
“Vamos ter menos violência, mais emprego, mais expansão das oportunidades de trabalho. Não se equaciona um projecto social de desen- volvimento que não esteja articulado, de alguma forma, com as questões infra-estruturais, que são decisivas para melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou.
O Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela (PDIC) tem já a funcionar desde Junho cinco novas unidades fabris, que resultaram num investimento avaliado em mais de 1,3 mil milhões de kwanzas e deram emprego a 140 jovens.
A Ferpinta, vocacionada para a produção de tubos de aço, chapas de zinco e alfaias agrícolas, tem uma capacidade de produção de dez mil toneladas por ano e empregou 37 trabalhadores.
A EBM, fábrica de derivados de asfalto e betume modificado com polímeros, emulsão betuminosa e betume costado, está pronta para fabricar 15 mil toneladas ano, entre 25 toneladas/hora de emulsão betuminosa, 30 toneladas/ hora de betumes costados e 20 toneladas/horas de betumes e emprega 15 trabalhadores especializados nesta área.
O Grupo Mega, Carlton Angola SA, montou a fábrica de estruturas metálicas para pré-fabricado e chapas de zinco, pronta a pôr no mercado 300 unidades dia.
“Foi instalada no Pólo uma fábrica de fraldas descartáveis “neonatal” que vai produzir seis milhões de unidades por ano”, assegurou.
As crianças passaram a comer os biscoitos da Tutiángol, fábrica que passa a produzir 200 mil quilos ano de biscoitos secos. A unidade fabril vai ainda comercializar e distribuir os seus produtos e abriu as portas com 42 novos funcionários.
Aposta no desenvolvimento
A Administração Municipal do Lobito tem desenvolvido um conjunto de iniciativas destinadas a melhorar o ambiente urbano e rural, numa aposta clara no desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida da população em toda a extensão territorial. A cidade do Lobito passa por grandes transformações assentes na implantação de novas redes técnicas e de um novo sistema viário, que são utilizados como vias modernas.
A cidade está a tornar-se um espaço cosmopolita, habitável e higiénico, além de ter capacidade para absorver todas as inovações técnicas disponíveis noutras cidades.
“Começou a registar mudanças desde que terminou o conflito armado, não somente como receptora das modernidades, mas como um produ- to das novas formas de sociabilidade, permitindo, assim, que os agentes económicos possam reestruturá-las”, afirmou o administrador.
O Lobito albergou recentemente o Congresso Africano Sobre Gestão de Resíduos Sólidos, uma questão que para Amaro Ricardo constitui um grande desafio para o Governo Provincial de Benguela.
A realização deste importante evento, referiu, deve-se ao seu dinamismo económico que está, num primeiro momento, baseado nas actividades comerciais relacionadas com os produtos exportados facilitados pelo Porto do Lobito e, posteriormente, com a expansão industrial que conhece.
“Temos uma cidade que está a tornar-se industrializada. É urgente pensar no conceito de ‘pulmão verde’, ou seja, o de espaço verde com dimensão suficiente para produzir o oxigénio necessário para compensar as atmosferas poluídas”, reconheceu.
A cidade do Lobito continua a crescer com ordem e melhorias para a população. As novas ruas receberam asfalto, um benefício de grande importância, uma vez que vai favorecer o grande fluxo de veículos que circulam na urbe.
O Governo Provincial tem investido em obras de estruturas como escolas, construção de creches, clínicas e pavimentação dos bairros da zona alta da cidade. Os loteamentos de parcelas de terras têm beneficiado centenas de pessoas sem casa. Nos respectivos espaços vão ser erguidas escolas e campos polidesportivos.
“Os monumentos contam a História importante da cidade ferroportuária do Lobito. O monumento público democratiza a arte”, salientou. Com estas benfeitorias, a Administração está a reorganizar a cidade e a melhorar as condições de acesso aos serviços públicos. “Temos de pensar no sistema social, que é dinâmico, e cujo dinamismo se dá a partir da própria notificação do investimento”, acrescentou.
“A cidade está a ter o poder de arrastar investimento, porque ele ‘puxa’ outros investimentos e encontra instituições públicas que facilitam o acesso na tramitação e legalização das empresas, como o SIAC em Benguela, que fica a 30 minutos de viagem, ou os balcões BUE”, referiu.
A entrada em funcionamento de novas infra-estruturas, como o Caminho-de-Ferro de Benguela, porto mineiro do Lobito, Sonamet, Pólo de Desenvolvimento da Catumbela, a futura refinaria do Lobito, são investimento que possibilitam várias mudanças.
“Não são muitas as grandes cidades e grandes capitais que têm esta hipótese de desenvolvimento. Mas o Lobito tem características próprias. Tem um Porto, Caminho-deFerro, o que provoca um rápido e dinâmico desenvolvimento do comércio internacional”, frisou.
Espaços verdes urbanos
Todos os meses, efectivos das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional, sediados na cidade do Lobito, juntam-se à sociedade civil e levam a cabo uma campanha de limpeza e plantação de árvores em áreas previamente identificadas.
Dadas as alterações e influências negativas que a intensificação das obras provoca no ambiente urbano, mais importante se torna criar zonas verdes que anulem os efeitos negativos da mesma.
Uma das importantes funções da vegetação consiste precisamente no controlo das perturbações climáticas, contribuindo para a sua amenização, através das suas propriedades de termo-regulação, controlo da humidade, das radiações solares, absorção de CO2 e aumento do teor em O2, protecção contra o vento, contra a chuva e o granizo e protecção contra a erosão.
Os espaços verdes são também úteis na separação física do trânsito automóvel da circulação de peões, filtram os gases tóxicos produzidos pelos carros, absorvem parte do ruído provocado e reduzem o encadeamento.
As espécies vegetais, de diferentes formas, cores e texturas, constituem ainda elementos estéticos com os quais se pode aumentar a beleza do espaço urbano do Lobito.