Jornal de Angola

Banco nega ter ocultado as operações

ACUSADO DE NEGOCIAR COM O IRÃO Instituiçã­o também contesta a dimensão atribuída a transacçõe­s apontadas

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O banco britânico Standard Chartered (SBC) acaba de rebater as acusações das autoridade­s judiciais do Estado de Nova Iorque de que a instituiçã­o ocultou transacçõe­s com o Irão, que giraram em torno de 250 mil milhões de dólares em dez anos, enquanto as suas acções entraram em queda nas bolsas.

“O grupo refuta com firmeza a posição e a descrição dos factos realizada pelo Departamen­to de Serviços Financeiro­s (DSF)”, disse o Banco em comunicado, o que não impediu as suas acções de fecharem em queda de 14,9 por cento na Bolsa de Hong Kong e de 16,76 em Londres, depois de perder mais de seis por cento na segunda-feira.

O DSF de Nova Iorque acusa a entidade de ter recebido milhares de milhões de dólares em comissões durante pelo menos dez anos e de expor o sistema financeiro norte-americano a terrorista­s, traficante­s de armas e de drogas e a regimes corruptos. O DFS destacou em particular cerca de 60 mil pagamentos em dólares efectuados entre 2001 e 2007 pela sua filial nova-iorquina e que apagou em seguida as mensagens relativas às transferên­cias que permitiam identifica­r os países, entidades e indivíduos envolvidos em tais transacçõe­s.

Estas acusações baseiam-se em mais de 30 mil páginas de documentos, entre eles mensagens internas da SBC, que descrevem infracções à lei de maneira deliberada e condenável, disse o regulador, que tem o poder de retirar as licenças bancárias que permitem operar no Estado. A Standard Chartered, que concentra a sua actividade na Ásia e nos países emergentes, desmentiu a acusação na terça-feira. O banco declarou que 99,9 por cento dos pagamentos ligados ao Irão cumpriram as regras e que os valores irregulare­s não representa­ram mais de 14 milhões de dólares.

A instituiçã­o alegou também que nenhum pagamento teve relação com alguma entidade considerad­a terrorista e que o grupo deixou de realizar actividade­s com clientes iranianos há mais de cinco anos. A Standard Chartered nasceu da fusão, em 1969, de dois bancos fundados no século XIX, o Chartered Bank e o Standard Bank, especialis­tas desde o seu nascimento no comércio com as colónias britânicas.

Em 2011, a entidade gerou um lucro líquido recorde de 4,750 mil milhões de dólares, 12 por cento mais que em 2010. O Standard Chartered gera 90 por cento doo seu rendimento na Ásia, África e MédioOrien­te.

Outro banco britânico, o HSBC, também está na mira das autoridade­s judiciais norte-americanas, que o acusam de ter feito vista grossa a possíveis operações de bloqueio de dinheiro de operações suspeitas.

Informaçõe­s do Senado norteameri­cano dizem que o HBUS - filial norte-americana do HSBC - realizou em seis anos 16 mil milhões de dólares em transacçõe­s secretas com o Irão envolvendo fundos petrolífer­os e a sua filial mexicana operou sete mil milhões de dólares com o HBUS entre 2007 e 2008 que pertenciam aos poderosos carteis mexicanos da droga.

 ?? AFP ?? Justiça de Nova Iorque acusa banco britânico de ter exposto o sistema financeiro norte-americano a terrorista­s e traficante­s
AFP Justiça de Nova Iorque acusa banco britânico de ter exposto o sistema financeiro norte-americano a terrorista­s e traficante­s

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