Eurogrupo admite saída da Grécia
ZONA EURO
O presidente do Eurogrupo (ministros das Finanças da União Europeia), Jean-Claude Juncker, acredita que uma saída da Grécia da Zona Euro seria “administrável, mas não desejável”, em uma entrevista divulgada esta semana.
Uma saída da Grécia da Zona Euro “seria um processo administrável nas condições actuais, mas é preciso acrescentar que não é uma saída desejável, porque ela acarretaria riscos grandes, sobretudo para as pessoas mais humildes na Grécia”, declarou Jean-Claude Juncker à rede de televisão pública alemã WDR.
Indagado sobre se podia descartar categoricamente essa possibilidade, Jean-Claude Juncker respondeu: “Em qualquer caso, não antes do Outono, e nem depois.”
Jean-Claude Juncker fez comentários fortes em relação à Alemanha, frequentemente criticada na Europa pela sua intransigência na gestão da crise da Zona Euro.
“Os alemães, muitos alemães”, assim como uma parte da imprensa alemã, “falam da Grécia como se fosse um povo que não pode ser respeitado. Não é este o caso”, acrescentou Jean-Claude Juncker.
A Comissão Europeia (CE) reafirmou terça-feira que mantém a “ambiciosa” meta para a Grécia reduzir a sua dívida para 120 por cento do PIB até 2020 e negou que pretenda reduzi-la para 100 por cento, afirmou um porta-voz da instituição. “Nós mantemos a meta de 120 por cento”, assegurou o porta-voz da CE, Olivier Bailly, numa conferência de imprensa em que se referia às condições que os principais credores da Grécia (UE, FMI e BCE) exigiram deste país em troca do segundo resgate de 130 mil milhões de euros.
A Standard and Poor's reduziu terça-feira a perspectiva da nota da dívida grega para negativa, dizendo que os desafios políticos que o país enfrenta poderiam levar a outro corte. A agência manteve a nota da Grécia em CCC, mas afirmou que existe a possibilidade de uma redução em virtude da trajectória económica daquele país e dos atrasos na aplicação do programa de redução do défice, exigido pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI como contrapartida à ajuda financeira que proporcionaram ao Governo de Atenas.