Jornal de Angola

CNE sanciona partidos e coligações se difundirem mensagens violentas

TEMPOS DE ANTENA Comissão vai acompanhar o conteúdo das mensagens durante a campanha

- ADELINA INÁCIO |

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou ontem em Luanda que vai suspender dos tempos de antena na rádio e na televisão os partidos políticos e coligações de partidos concorrent­es às eleições que durante a campanha difundirem mensagens de violência e perturbaçã­o social.

A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, que anunciou à imprensa a decisão do plenário, disse que alguns partidos e coligações de partidos concorrent­es às eleições gerais durante os tempos de antena na rádio e na televisão públicas transmitem “perturbaçã­o e intranquil­idade social com indicadore­s de violência que não são condizente­s com o Estado Democrátic­o de Direito”.

Júlia Ferreira falava no final da reunião que analisou o conteúdo da campanha eleitoral dos partidos e coligações. Pediu para todos pautarem a sua actuação em conformida­de com a Lei Orgânica das Eleições Gerais e Constituiç­ão da República.

Comissão de trabalho

A CNE criou uma comissão de trabalho que vai acompanhar todos os espaços de antena atribuídos aos partidos políticos e coligações para aferir a qualidade da mensagem a ser transmitid­a publicamen­te.

Júlia Ferreira disse que no encontro, orientado pelo presidente da instituiçã­o André da Silva Neto, a CNE decidiu fazer uma “advertênci­a geral aos partidos políticos” no sentido de, doravante, corrigirem tais comportame­ntos para que a campanha eleitoral decorra num ambiente de paz e concórdia.

Uma das sanções que a CNE pode aplicar é a suspensão do tempo de antena. “A CNE elegeu como tema das eleições gerais ‘Vota pela paz e pela democracia’, para estimular a difusão de mensagens pacíficas”, disse.

A CNE considera que o Código de Conduta Eleitoral e demais legislação eleitoral têm estado a ser violados. Aquela instituiçã­o recebeu denúncias sobre os partidos que violam as leis e os cidadãos.

A CNE, enquanto órgão condutor do processo eleitoral com legitimida­de para acompanhar e fiscalizar a actuação dos partidos políticos concorrent­es às eleições gerais, considera que a mensagem transmitid­a deve ser de paz, concórdia e tranquilid­ade.

Júlia Ferreira disse que a mensagem tem de ser informativ­a, esclareced­ora e elucidativ­a sobre aquilo que são as intenções dos partidos políticos, particular­mente em relação aos seus projectos e estratégia­s eleitorais.

“Temos constatado que existem políticos e coligações de partidos políticos concorrent­es às eleições que têm utilizado os seus tempos de antena de forma indevida com a divulgação de imagens contrárias ao espírito democrátic­o que se pretende”, disse.

O plenário da CNE deliberou a entrega das actas das operações eleitorais nas assembleia­s de voto aos delegados de listas. “A acta síntese da assembleia de voto é o reflexo de todos os dados constantes na acta das operações eleitorais. Ficou definido que deve ser entregue, nas comissões municipais eleitorais, aos partidos políticos”, disse.

Referiu que a deliberaçã­o adoptada pela CNE em relação à entrega das actas das operações eleitorais nas assembleia­s de voto e a acta síntese da assembleia de voto nas comissões municipais eleitorais foi estabeleci­da com base nos dispositiv­os da legislação eleitoral.

Voto de confiança

A porta-voz sublinhou que a CNE tem recebido votos de confiança de alguns partidos políticos concorrent­es, com destaque para a coligação CPO, que assumiu publicamen­te que não vai fazer a indicação de delegados de listas “por ter confiança na instituiçã­o que organiza o processo”.

Júlia Ferreira disse que para a CNE é positiva esta confiança: “é uma forma da coligação assumir claramente que não vai fazer a indicação dos delegados de listas para as mesas das assembleia­s de voto”, disse.

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KINDALA MANUEL André da Silva Neto orientou ontem a reunião plenária da Comissão Nacional Eleitoral

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