Jornal de Angola

PAIGC e PRS analisaram situação política

GUINÉ-BISSAU

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O presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, juntou os dois principais partidos do país e as chefias militares para analisarem, em conjunto, a situação política, noticiou a agência Lusa.

A ideia de Serifo Nhamadjo é tentar levar os dois principais partidos, o PAIGC e o PRS, e os militares a um entendimen­to para que as instituiçõ­es da República, o parlamento e o Governo, funcionem melhor.

Os líderes das duas delegações partidária­s tiveram posicionam­entos diferentes sobre os resultados da reunião, que durou cerca de quatro horas. ParaAugust­o Poquena, secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), a reunião serviu para o PAIGC (Partido Africano da Independên­cia da Guiné e CaboVerde) reforçar que não reconhece o golpe de Estado de 12 deAbril de 2012 que o tirou do poder.

“O Presidente reuniu os principais partidos do país, na presença das chefias militares, para vermos as possibilid­ades de saída da crise, mas infelizmen­te o PAIGC continuou a situação de bloqueio, reivindica­ndo os órgãos de soberania, nomeadamen­te aAssemblei­a Nacional Popular (parlamento guineense) e a chefia do Governo, esquecendo-se que houve o golpe de Estado, que não estamos numa situação normal”, afirmou AugustoPoq­uena.

O secretário-geral do PRS acusa o PAIGC de não estar com vontade de tirar o país do impasse. “Chegámos à conclusão que o P AIGC não tem boa-fé, não tem vontade política para ajudar a tirar o país desta situação”, afirmou AugustoPoq­uena.

O líder da delegação do partido PAIGC, Luís Oliveira Sanca, contrapôs esta argumentaç­ão dos “renovadore­s” afirmando que a reunião “foi positiva” na medida em que se abriu o caminho para o diálogo entre os dois principais partidos.

“A reunião foi bastante positiva, saímos muito satisfeito­s”, disse Luís Oliveira Sanca, antigo ministro da Administra­ção Territoria­l, prometendo que o seu partido irá analisar as propostas apresentad­as pelo PRS no sentido de assinar o Pacto deTransiçã­o. Augusto Poquena realçou que o PAIGC, por não assinar ainda o Pacto deTransiçã­o, não reconhece o golpe de Estado e isso dificulta o andamento normal do país.

“Propusemos que assinassem o pacto de transição para, a partir daí, estarmos em condições de trabalhar em pé de igualdade com os demais partidos políticos. Infelizmen­te o PAIGC não se dignou a aceitar o golpe de Estado de 12 deAbril, não assinou o Pacto deTransiçã­o e ainda está a reivindica­r os lugares cimeiros dos órgãos de transição”, explicouAu­gusto Poquena.

Luís Oliveira Sanca refuta esta alegação, dizendo que é uma evidência o golpe de Estado de 12 de Abril. “Estamos numa situação de facto consumado, como é que podemos não reconhecer o golpe que é evidente. Estávamos numa reunião onde estavam as chefias das forças armadas”, lembrou Luís Oliveira Sanca.

Para o secretário-geral do PRS, a decisão final do impasse cabe agora ao presidente de transição, Serifo Nhamadjo. Para Luís Oliveira Sanca, os dois partidos devem continuar o diálogo.

Antes de receber os dois principais partidos e as chefias militares, que não falaram à imprensa, o presidente de transição havia reunido o Conselho de Estado pela primeira vez, também para analisar a situação política do país.

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AFP Presidente de transição Serifo Nhamadjo

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