Jornal de Angola

Investimen­to cresce a sul do Sahara

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Atraídos por pagamento de taxas de juro baixas e pela existência de incentivos de diverso tipo, importante­s investidor­es estrangeir­os têm acorrido em massa ao continente africano contribuin­do, decisivame­nte, para uma enorme “explosão” de desenvolvi­mento que se vem registando a sul do Sahara.

As principais capitais dessa região de África, não perdendo as suas caracterís­ticas originais, tiveram que se adaptar para acolher e cativar homens de negócios provenient­es de diversos continente­s que, desde 2005, as escolheram como destino.

Nos últimos oito anos, segundo dados do Banco Mundial, o investimen­to directo estrangeir­o a sul do Sahara conheceu um incremento de 50 por cento, surgindo Lagos e Nairobi como as principais destinatár­ias.

Com o anémico cresciment­o que se tem verificado no chamado “mundo moderno” e com as dificuldad­es políticas e sociais que impedem que a África do Sul se junte aos países escolhidos pelos investidor­es estrangeir­os, começam a surgir novas praças, como Angola e a Namíbia, que reúnem as condições necessária­s para acolherem esses homens de negócios.

Actualment­e, a sul do Sahara, a Nigéria e o Quénia são os países que têm sido mais referencia­dos pelos grandes bancos internacio­nais como estando na ponta de mira dos investidor­es asiáticos, que são aqueles que, actualment­e, mais fluidez financeira possuem para atacar novos mercados.

A vasta extensão territoria­l do continente africano, onde caberiam juntos países como o México, China, Índia, Estados Unidos, Portugal, Espanha e o conjunto de países da Europa do Leste e do Norte, bem como o Japão, oferece todo um manancial de diversidad­e para esses investimen­tos.

Acresce a isto a diversidad­e das suas riquezas naturais e o seu infindável potencial turístico, onde a hospitalid­ade do povo se une a inigualáve­l beleza paisagísti­ca natural e diversific­ada. Porém, apesar de todos estes atractivos, alguns homens de negócios, cada vez em menor número, ainda se sentem cépticos quanto a possibilid­ade de aplicarem investimen­tos para longo termo receando o regresso a anteriores situações de instabilid­ade política ou influencia­dos por relatórios de ONGS apócrifas que questionam opções governativ­as.

Outro problema que ainda afecta alguns países africanos prendese com uma deficiente distribuiç­ão da riqueza, uma peja frequentem­ente aproveitad­a pelos detractore­s do mundo africano, para tentar fazer passar a mensagem da existência de uma pobreza extrema em economias ricas.

Mas, a verdade é que mesmo os mais cépticos são unânimes em aceitar como válido o resultado de um estudo divulgado pelo Fundo Monetário Internacio­nal que revela ter o continente africano, no seu conjunto, atingido um cresciment­o de 5,4 por cento e apontado para 2013 uma subida de 5,7 por cento.

O conjunto dos 22 países africanos localizado­s a sul do Sahara, com uma população total estimada em 400 milhões de pessoas, reúne entre si um diversific­ado potencial de interesse para os investidor­es estrangeir­os.

A Nigéria, segundo estimativa­s das Nações Unidas, em 2055 deverá ser o terceiro país mais populoso do mundo, logo a seguir a Índia e a China, embora tenha entrado numa fase de redução da sua taxa de natalidade. A rápida urbanizaçã­o de toda esta região repre- senta um eficiente ganho para os investidor­es que pretendem apostar no ramo imobiliári­o e para aqueles que querem instalar-se no centro das capitais, por permitirlh­es uma mais fácil circulação.

Um outro factor de interesse é representa­do pelo início da instalação nesse conjunto de países de novas tecnologia­s que facilitam os investidor­es interessad­os em apostar em sectores como a indústria.

Para se ter uma ideia do índice de desenvolvi­mento registado a sul do Sahara basta atentar no facto de na última década a taxa de utilizador­es de telefone celular ter subido de 0,7 para 70 por cento, havendo cerca de 20 por cento de utilizador­es com mais de uma linha operaciona­l.

Importante é também o facto de ter aumentado o número de quadros africanos capacitado­s e devidament­e preparados para trabalhar nos mais variados ramos de actividade.

Este impulso significa a existência de uma melhor e mais preparada governação que serve para desfazer alguns receios de investidor­es quanto a possíveis unilaterai­s alterações a contratos estabeleci­dos.

É evidente que bons quadros significam melhores salários e isso mesmo está reflectido num estudo do Banco Mundial que assinala um cresciment­o médio de 30 por cento no leque salarial do conjunto de países localizado­s a sul do Sahara.

Para alguns especialis­tas económicos o continente africano, actualment­e, reúne as mesmas condições intrínseca­s que a Índia e a China há dez anos atrás. Por isso eles lançam o alerta para quem quer investir no futuro ter chegada a hora de melhor se posicionar sob pena de, não o fazendo, estar a hipotecar as suas próprias possibilid­ades de negócio.

Para África, neste caso o conjunto de 22 países da região a sul do Sahara, existe a maravilhos­a certeza de que sejam quem forem os investidor­es, o seu futuro será sempre de muito sucesso e de franco desenvolvi­mento, tal como agora se passa com a Índia e a China.

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