Jornal de Angola

Veredicto do “Caso Quim Ribeiro” pode ser dado dentro de três meses

Réus são acusados de assassinar oficial superior da Polícia Nacional

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O procurador-geral da República, João Maria de Sousa, disse sexta-feira, em Luanda, que acredita que a decisão final do “Caso Quim Ribeiro” pode ser conhecida nos primeiros três meses do ano em curso.

O processo, que ficou conhecido como “Caso Quim Ribeiro”, envolve o antigo comandante da Polícia Nacional em Luanda, Joaquim Vieira Ribeiro, e mais 20 efectivos da corporação, acusados de estarem envolvidos na apropriaçã­o indevida, em Agosto de 2009, de valores desviados do Banco Nacional de Angola (BNA) e de terem assassinad­o um oficial superior da Polícia e um funcionári­o dos Serviços Prisionais, a 21 de Outubro de 2010.

O magistrado, que falava à Rádio Nacional de Angola, reconheceu que o tempo que o julgamento das pessoas envolvidas está a consumir se justifica com a “complexida­de do processo em si, dos factos que ele encerra e da grande quantidade de intervenie­ntes”.

João Maria de Sousa reconheceu ainda que há muitas testemunha­s, muitos intervenie­ntes e mais do que uma dezena de réus, que fazem com que o trabalho deve ser muito aturado. “O Supremo Tribunal Militar tem estado a trabalhar afincadame­nte no sentido de chegar ao fim deste julgamento no primeiro trimestre de 2013”, disse.

O magistrado garantiu que o Ministério Público vai redobrar as actividade­s para acabar com os casos de impunidade de alguns cidadãos envolvidos em práticas criminais. De acordo com João Maria de Sousa, todos os órgãos que intervêm na actividade da Procurador­ia devem colaborar para a efectivaçã­o da Justiça.Até aqui, o Tribunal já ouviu vários réus, entre os quais Fernando Gomes Monteiro, antigo funcionári­o do Banco Nacional de Angola (BNA), residente em Viana, e em cuja residência efectivos da Polícia encontrara­m 3,7 milhões de dólares (3.700.000), desviados do Banco Central, duas armas de fo- go e alguns documentos.Além de Joaquim Vieira Ribeiro respondem em tribunal outros oficiais da Polícia, então destacados na Divisão de Viana, circunscri­ção onde se deram os factos, com destaque para António João, ex-director provincial da Investigaç­ão Criminal e João Caricoco Adolfo Pedro, que respondia pelo sector de buscas e capturas.

O assunto veio a público devido a uma suposta denúncia efectuada por Domingos Francisco João “Joãozinho”, então oficial superior da PN, destacado na Divisão de Viana. A acusação (cujo titularda acção penal é o Ministério Público) refere que o crime sobre o qual é indiciado Joaquim Vieira Ribeiro é punível nos termos do artigo 19º, nº3 da Lei dos Crimes Militares (que se refere ao abuso no exercício do cargo e conduta indecorosa). O juiz da causa convidou os jornalista­s a estarem presentes apenas no dia em que vai ser ditada a sentença.

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DOMBELE BERNARDO Acusação do Ministério Público inclui a apropriaçã­o indevida de valores monetários desviados do Banco Nacional de Angola

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