Jornal de Angola

Autoridade­s recusam voltar a expropriar fazendeiro­s

ZIMBABWE

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O Governo zimbabwean­o negou a intenção de apropriar-se de fazendas detidas por estrangeir­os, depois de ter perdido um processo contra um grupo de proprietár­ios holandeses expropriad­o, anunciou o ministro da Agricultur­a daquele país.

“Todas as fazendas que estiverem ao abrigo dos Acordos Bilaterais de Protecção de Investimen­tos (BIPPA) não serão mais intervenci­onadas nos termos da reforma agrária. É a decisão que acabásmos de tomar”, declarou Herbert Murerwa à agência AFP. A decisão foi tomada “tendo em conta o contencios­o actualment­e em curso” no Centro Internacio­nal de Regulariza­ção de Diferendos Relativos ao Investimen­to (CIRDI)”, acrescento­u o ministro. O CIRDI, uma organizaçã­o ligada ao Banco Mundial, decidiu em 2009 a favor de um grupo de 40 agricultor­es holandeses que protestava contra a sua expropriaç­ão.

O tribunal condenou o Zimbabwe a compensar os agricultor­es em 8,8 milhões de euros, excluindo os juros de 10 por cento em caso de atraso no pagamento. O Governo de Harare deve mais de 19 milhões de euros a esses agricultor­es, precisou o ministro. “O Governo conforma-se com as disposiçõe­s do acordo e, ao mesmo tempo, não pretende aumentar as suas dívidas”, declarou Herbert Murerwa. Os países ligados ao Zimbabwe pela convenção BIPPA são a Dinamarca, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália, Malásia e Suíça.

No ano 2000, o Presidente Robert Mugabe lançou uma grande reforma agrária com resultados desastroso­s. Mais de três mil fazendas pertencent­es a agricultor­es europeus foram ocupadas pela força e distribuíd­as a trabalhado­res.

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