Melhorada defesa anti-mísseis em Seul
ESTADOS UNIDOS REFORÇAM ALIADO Subsecretário de Defesa norte-americano garantiu total apoio ao Exército da Coreia do Sul
O subsecretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, reforçou ontem o compromisso do Governo norte-americano de proteger a Coreia do Sul perante a ameaça da vizinha Coreia do Norte, através do escudo antimísseis, que pode ser melhorado nos seus sensores.
“Mantemos firme o nosso compromisso da dissuasão oferecida pelo escudo antimísseis dos EUA. Os recursos militares vão estar à disposição do nosso aliado”, disse Carter, que efectua uma visita a Seul.
O Pentágono anunciou na sextafeira a instalação de até 14 interceptores terrestres de mísseis, que vão juntar-se aos 30 já existentes, acção que pretende adiantar-se ao avanço no desenvolvimento nortecoreano de mísseis balísticos, explicou o subsecretário de Defesa dos Estados Unidos.
A Coreia do Norte continua a ameaçar Seul com promessas de iniciar uma guerra. Carter afirmou ainda que os cortes no orçamento anunciados pelo Governo de Obama não afectam a preparação militar das forças conjuntas dos EUA e Coreia do Sul em território sul-coreano.
Seul e Washington estão a realizar exercícios militares conjuntos anuais, que foram duramente condenados pelo Governo do Presidente Kim Jong-Un, que os considerou “testes para uma invasão”.
Como resposta aos exercícios e às recentes sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em resposta ao último teste militar norte-coreano, Pyongyang cortou a única linha de comunicação entre as duas Coreias na aldeia fronteiriça de Panmunjom, declarou “completamente nulo” o cessar-fogo estabelecido com Seul em 1953 e ameaçou o vizinho com um ataque nuclear preventivo. A troca de acusações entre as duas Coreias subiu de nível e provocou o aumento da tensão na península coreana. Pyongyang e Seul reforçaram os postos de observação.
Obama no Médio Oriente
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é esperado esta semana no Médio Oriente, a pri- meira visita que efectua após a reeleição. Obama chega a Israel, onde deve encontrar-se com o primeiroministro, Benjamin Netanyahu, para abordar a questão do nuclear iraniano, depois dos EUA terem feito saber que o seu país tem capacidade suficiente para impedir que o Irão obtenha a bomba nuclear.
Entretanto, o negociador palestino Saeb Erekat reuniu-se com alguns diplomatas para denunciar o duro golpe que os israelitas infligiram ao processo de paz, com a continuação da construção de mais colonatos.
Em Ramallah já há, inclusive, mensagens irónicas destinadas ao Presidente norte-americano: “Obama, não tragas o teu smartphone porque não há acesso à Internet na Palestina”. Um oficial dos Estados Unidos referiu, no passado dia 7, que Barack Obama não vai propor uma “iniciativa de paz” assertiva para o Médio Oriente durante a sua visita a Israel, refere a AFP.
Barack Obama, que prepara a deslocação ao Médio Oriente há já algum tempo, encontrou-se com líderes da comunidade judia norteamericana na Casa Branca, onde afirmou que “a viagem não se destina a resolver um problema específico, mas sim uma oportunidade para consultar o Governo de Israel sobre uma ampla agenda de questões, que inclui o Irão, a Síria, a situação na região e o processo de paz”. Obama afirmou ter traçado um quadro base para o Médio Oriente que pode ser desenvolvido com um esforço diplomático mais concreto dos Estados Unidos no próximo ano. A visita a Israel tem também como objectivo reavivar as relações com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com quem Obama teve uma situação delicada durante o seu primeiro mandato. O oficial norteamericano disse ainda que “o Presidente reiterou o apoio inabalável dos EUA a Israel e agradeceu aos líderes (da comunidade judia no país) pelo papel que desempenham no fortalecimento dos laços entre as duas nações. A frustração internacional com a falta de empenho dos EUA pela resolução da guerra entre Israel e Palestina reafirmou-se com a presidência de Obama, que se tinha comprometido, na primeira campanha eleitoral, a desempenhar um papel decisivo e construtivo no Médio Oriente. Ao que tudo indica, o lobby israelita dentro dos Estados Unidos pressionou o Presidente de forma eficaz a manter o seu “apoio incondicional” a Israel, ainda que com base em constantes e gravíssimas violações dos direitos humanos do povo palestino. Não há previsões de uma visita de Obama à Autoridade Nacional Palestina em territórios palestinos.