Eleita uma mulher para o Parlamento
SITUAÇÃO POLÍTICA EM ITÁLIA
A deputada Laura Boldrini, exporta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Itália, é a nova Presidente do Parlamento daquele país eleita na quarta votação em que era necessária maioria absoluta.
Laura Boldrini apresentou-se às eleições na lista do partido Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL).
A ex-porta-voz da ONU obteve 327 votos e o candidato do Movi- mento 5 Estrelas, Roberto Fico, 108. Nas três votações anteriores, a coligação de centro-esquerda decidira votar em branco face à impossibilidade de obter acordos com os outros partidos para a obtenção dos dois terços necessários dos votos.
A quarta votação estava prevista, pois a coligação de centro-esquerda, liderada por Pierluigi Bersani, tem a maioria absoluta do Parlamento. “Estou muito satisfeito, elegemos uma candidata com um grande corrículo cultural, moralmente intocável e que reflecte a mudança”, declarou Pierliogi Bersani.
Laura Boldrini, 51 anos, é a terceira mulher em Itália a ser eleita Presidente do Parlamento. Antes houve Irene Pivetti e Nilde Iotti.
A nova P”residente foi recebida de pé e com um longo aplauso pela maioria dos deputados, à excepção dos da coligação de centro-direita liderada por Sílvio Berlusconi, que se mantiveram sentados. Laura Boldrini disse que o novo plenário está disposto a escutar o sofrimento social de toda uma geração” e lembrou os vários jovens que foram obrigados a emigrar para encontrarem emprego.
A ex-porta-voz da agência das Nações Unidas também falou da necessidade de defender os direitos das mulheres e fez referência à violência de género e à obrigação de se continuar a luta contra a Máfia. “Vivi bastantes anos a defender e a representar os direitos dos desfavorecidos em Itália e nas periferias do mundo. É uma experiência que quero pôr ao serviço desta câmara, que tem que ser lugar de cidadania”, sublinhou.
A presidente do Parlamento, que durante anos criticou as leis italianas de imigração e a situação dos imigrantes ilegais no país, recordou igualmente “os muitos mortos sem nome no Mar Mediterrânico”.