Tribunal egípcio adiou audiência
ELEIÇÕES
A Justiça do Egipto adiou a audiência de apelação contra a decisão judicial que eliminou as eleições parlamentares e aprofundou a incerteza política no país, que também atravessa uma grave crise económica.
O Tribunal Administrativo informou que adiou a audiência de apelação até domingo, “para permitir que haja mais tempo para estudar os argumentos legais” de um caso que, indicam analistas, “deitou por terra a etapa final da transição do Estado egípcio para a democracia”.
Com o país em turbulência desde a queda de Hosni Mubarak, em 2011, a República do Egipto está sem parlamento desde o ano passado, quando um tribunal anulou a lei que foi usada para o eleger e o dissolveu.
O Presidente do Egipto, Mohamed Mursi, convocou eleições legislativas com base numa lei eleitoral revista, mas a oposição anunciou que ia boicotar as eleições e o Tribunal Administrativo cancelou o decreto de Mursi, “por motivos técnicos”. O Chefe de Estado prometeu respeitar a decisão do tribunal, mas foi apresentado um recurso, que é ouvido até domingo.
A incerteza sobre o futuro político do Egipto e os frequentes episódios de violência nas ruas abalaram a confiança na economia, culminando na perda de valor da moeda nacional e na utilização dos fundos de reserva em moeda estrangeira.
As autoridades egípcias estão a tentar manter a situação dentro de um quadro estável, que possa promover um ambiente político saudável e democrático. “O Estado vai continuar a utilizar os mecanismos legais para manter a ordem e a tranquilidade pública”, disse um governante.