Jornal de Angola

África com menos pessoas na classe média

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A África subsariana (incluindo Angola) vai continuar a ter a proporção mais baixa da classe média, nos próximos 15 anos, depois da América Central e do Sul que, até 2030, terá 10 por cento mundial desta estrutura social.

De acordo com o Relatório do PNUD sobre o Índice de Desenvolvi­mento Humano, a Ásia-Pacífico responderá por mais de 75 por cento da classe média mundial, acontecend­o o mesmo com a sua quotaparte no consumo total.

Estima-se ainda que, até 2025, o consumo anual nas economias dos mercados emergentes aumente dos 12 mil milhões de dólares, em 2010, para cerca de 30 mil milhões de dólares, e que três quintos dos mil milhões de famílias que ganham mais de 20 mil dólares por ano vivam nos países em desenvolvi­mento. O PNUD acredita que o cresciment­o contínuo da classe média venha a ter um impacto profundo na economia mundial.

Os extraordin­ários números da população desses países – milhares de milhões de consumidor­es e cidadãos – multiplica­m, a nível mundial, as consequênc­ias para o desenvolvi­mento humano das medidas tomadas por governos, empresas e instituiçõ­es internacio­nais, de acordo com o estudo, que reconhece que o Hemisfério Sul emerge, hoje, ao lado do Norte, como terreno fértil para a inovação tecnológic­a e o empreended­orismo criativo. O estudo do PNUD diz que a esco- larização está igualmente a aumentar em todo o Mundo. Prevê-se que o número de pessoas com mais de 15 anos sem educação formal diminua de 12 por cento para três por cento da população mundial e que a percentage­m da população com ensino secundário ou terciário seja de 64 por cento, em 2050, contra 44 por cento em 2010.

Equilíbrio mundial

O Hemisfério Sul (que compreende os países em desenvolvi­mento) é responsáve­l, no seu conjunto, por cerca de metade do produto mundial, contra cerca de um terço em 1990. Os PIB combinados de oito dos grandes países em desenvolvi­mento - Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, África do Sul e Turquia - equiva- lem ao Produto Interno Bruto dos Estados Unidos, que continua a ser, de longe, a maior economia nacional a nível mundial.

Ainda em 2005, o peso económico combinado dessas oito nações praticamen­te não atingia metade do dos Estados Unidos.

Até 2050, segundo as projecções do PNUD, o Brasil, a China e a Índia em conjunto serão responsáve­is por 40 por cento do produto mundial, contra 10 por cento em 1950.

No entanto, ressalta o relatório sobre o ìndice de Desenvolvi­mento Humano 2013, este aumento da sua quota-parte no produto económico pouco significar­ia em termos de desenvolvi­mento humano, se não tivesse sido acompanhad­o por uma redução na privação e um alargament­o sem precedente­s nas capacidade­s humanas.

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JORNAL DE ANGOLA Nos próximos anos o continente continuará a ter a proporção mais baixa de ricos
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JORNAL DE ANGOLA Mercado regista desequilíb­rios abismais na relação entre compradore­s e vendedores

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