UNIVERSIDADE DIGITAL Poder do vídeo no Youtube nas escolas
convencional, tais como os comentários ou os vídeos relacionados, foram removidos, de forma a combater a dispersão e a manter os estudantes focados no assunto que se pretende destacar.
Uma iniciativa deste tipo permite assim que as escolas que até aqui impediam o acesso ao YouTube, bloqueando conteúdos que pudessem transformar-se potencialmente numa distração (mas também muita informação relevante e cheia de potencial educativo), passem a permitir o acesso a milhares de vídeos disponibilizados na plataforma YouTube EDU. O YouTube EDU é uma subsecção do YouTube que inclui conteúdos educativos de elevada qualidade e que reúne contributos disponibilizados por um grande número de instituições e universidades, incluindo vídeos de aulas e de palestras dadas por personalidades de vulto. Entre as instituições que emprestaram o seu contributo à plataforma estão nomes como MIT, UCLA, Stanford, Yale, NASA, National Geographic, Smithsonian, entre outros.
O YouTube for Schools disponibiliza os conteúdos fornecidos por várias instituições parceiras, bem como um conjunto de playlists (listas de reprodução) educativas seleccionadas por vários professores que aceitaram o repto efectuado pelo célebre website. Nas palavras dos responsáveis pela iniciativa, “sabemos quão ocupada é a vida dos professores e que a tarefa de seleccionar vídeos na maior biblioteca do mundo parece algo assustador. Por isso trabalhámos em colaboração com vários professores, de modo a criar mais de 300 playlists divididas por assunto – Matemática, Ciências, Estudos Sociais e Artes – e por grau de ensino. Os professores podem encontrá-las em http://www.youtube.com/teachers”.
Este canal para professores visa que o projecto se mantenha em aberto e em constante evolução, permitindo que um dos elementos mais importantes do processo educativo – o professor – possa dizer de sua justiça, contribuindo com sugestões de vídeos ou playlists que, na sua opinião, constituam maisvalias pedagógicas.
Apesar de todo este rol de vantagens e aspectos positivos que temos vindo a elencar ao longo do texto, deve sublinhar-se que nem tudo são rosas no que ao YouTube for Schools diz respeito. A iniciativa foi alvo de algumas críticas negativas por parte de algumas pessoas, que afirmam que o processo educativo deve passar por ensinar os estudantes a filtrar a informação e a utilizar a Internet de forma eficaz para trabalhar, e não pela imposição de filtros e de uma política rígida de censura. Para consubstanciar esta ideia, alguns professores de disciplinas como Arte Clássica já vieram a público afirmar que não poderiam utilizar, no âmbito do seu programa curricular, uma ferramenta que censura qualquer tipo de nudez artística.
O que é importante realçar aqui, na nossa opinião, é que qualquer projecto ou iniciativa, por mais valor que tenha, nunca está imune às malhas da crítica. É de facto impossível agradar a todos. O mundo é demasiado vasto e abriga muitas correntes de pensamento divergentes. Este facto não belisca, no entanto, a essência do projeto e as vantagens que dele possam ser retiradas pela população estudantil e docente espalhada pelo mundo.
Se há portas que o YouTube fecha com a imposição de filtros e de restrições no âmbito desta nova iniciativa, há muitas outras que abre. Aprecia-se acima de tudo o esforço dos responsáveis por tentarem fazer desta ferramenta um recurso educativo válido. Esperamos que, ao explorar as potencialidades da tecnologia, esse recurso seja mais um contributo para a ideia de democratização da educação. Este motivo, por si só, já justifica que o experimentemos e que lhe concedamos pelo menos alguns minutos da nossa atenção.