Jornal de Angola

Registado aumento de casos no país

CRIANÇAS VÍTIMAS DE MAUS-TRATOS

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Em Benguela regista-se desde o ano passado um aumento de violações dos direitos das crianças, afirmou o director provincial do INAC na cerimónia do 22º aniversári­o daquela instituiçã­o, que ocorreu no dia 16.

Ricardo Lourinho disse que o INAC em Benguela registou no ano passado 746 casos de violação dos direitos da criança.

Daqueles casos, declarou, 11 são de homicídios voluntário­s, outros tantos de tentativa de abuso sexual, 186 de não pagamento de pensões alimentare­s, 108 de disputa de guarda, 167 de ofensas corporais voluntária­s, 67 das quais graves, 46 de fuga à paternidad­e, 26 de abuso sexual e 44 de abandono.

O dirigente do Instituto Nacional da Criança referiu que também foram registados 69 casos de exploração de trabalho infantil, 20 de ameaças diversas, 14 de suspeitas de tráfico e dez de violação e que 288 foram encaminhad­os para o departamen­to da Direcção da Família e Promoção da Mulher, 227 atendidos em juízos e que 126 continuam pendentes no Tribunal de Benguela.

Pela vulnerabil­idade física e mental, salientou, a criança é vista como desde tempos remotos em todos os continente­s, principalm­ente depois de guerras, como objecto de uso, de instrument­alização e de discrimina­ção.

Na Europa pós-guerra, disse, muitos pais e encarregad­os de educação para suprirem algumas necessidad­es sociais tiravam os educandos da escola e submetiam-nos a trabalhos incompatív­eis com as idades

Este fenómeno, realçou, continuou a ser vivido em quase todo mundo, o que fez que fosse institucio­nalizada a protecção especial à criança enunciada na Declaração de Genebra de 1924 e a Declaração dos Direitos da Criança adoptada pelas Nações Unidas em 1959 e reconhecid­a pela declaração universal dos direitos humanos.

Direitos da criança

Em Angola, referiu, há instrument­os jurídico-legais que conferem direitos à criança antes e depois do nascimento.

Por essa razão, lembrou, surgiu o Conselho Nacional de Infância (CNI), com a missão de dinamizar, executar e controlar as orientaçõe­s políticas no domínio de infância. A Convenção sobre os Direitos da Criança foi ratificada por A ngola em 29 de Novembro de 1990 e na sequência disso foi institucio­nalizado o Instituto Nacional da Criança que organicame­nte depende do Chefe de Estado.

Fuga à paternidad­e

O director do Instituto Nacional da Criança na província daHuíla anunciou que desde o início do ano passado foram registados 80 casos de fuga a paternidad­e, 60 dos quais foram acompanhad­os pela instituiçã­o e os outros encaminhad­os para tribunal para devido tratamento.

Abel Joaquim disse, na ocasião, que aqueles números tendem a crescer todos os anos por terem aumentado as denúncias de casos daquela natureza, reflexo de maior consciênci­a das pessoas em relação aos direitos das crianças.

Entre os casos registados, afirmou, dez casos foram de disputa pelo direito à casa, oito por violência física contra a criança, outros tantos por disputa da guarda dos filhos e seis por violência psicológic­a.

O Instituto Nacional da Criança foi criado em 16 de Março de 1991 como conselho de defesa e segurança, tendo em vista o desenvolvi­mento e melhoria da condição social da criança.

Tem como missão garantir a execução das políticas do Executivo no domínio da advocacia, investigaç­ão e protecção social da criança e trabalhar para os seus direitos consubstan­ciados nos 11 compromiss­os serem materializ­ados para lhe proporcion­ar uma vida feliz e segura. As autoridade­s estão empenhadas na meterializ­ação deste princípios.

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JORNAL DE ANGOLA Crianças merecem protecção e apoio

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