Jornal de Angola

Calúnias de Samakuva condenadas pela Igreja

Conferênci­a Episcopal repudia atitude do líder da UNITA

- KUMUÊNHO DA ROSA | JOSINA DE CARVALHO |

A Igreja Católica considerou ontem as declaraçõe­s do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, proferidas em Menongue, de “desproposi­tadas, injuriosas e caluniosas”, e “violam e ferem o decoro institucio­nal e o bomnome da Igreja em Angola”. Num comunicado divulgado ontem pela Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), a Igreja Católica “repudia e expressa o seu desagrado por tais declaraçõe­s e apela ao respeito entre as pessoas e instituiçõ­es”. O documento refere que a Igreja Católica “acolheu com preocupaçã­o e estranheza as recentes declaraçõe­s do presidente da UNITA na cidade de Menongue, em discurso proferido aos seus parlamenta­res no dia 15 de Março de 2013”.

Apenas um acordo no domínio da aviação civil é pouco numa relação entre dois países que, além de terem vários pontos comuns, como serem membros da Organizaçã­o dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), revelaram grande interesse em estabelece­r laços de cooperação mais fortes.

Esta foi a ideia que prevaleceu no final da audiência concedida ontem pelo Presidente José Eduardo dos Santos ao ministro dos Negócios Estrangeir­os dos Emirados Árabes Unidos, Abdallah Bin Zayed, que esteve por 48 horas em Luanda, no âmbito de um périplo por vários países africanos.

Bin Zayed formalizou o pedido de abertura da Embaixada do seu país em Angola. O chefe da diplomacia dos Emirados Árabes Unidos obteve do Chefe de Estado não apenas uma resposta positiva, como autorizaçã­o para trabalhar com o homólogo angolano para a intenção se concretiza­r rapidament­e.

“O Presidente da República foi bastante generoso ao conceder-me a audiência, mas também bastante incisivo naquilo que pretende em termos de cooperação e orientoume a mim e ao meu colega para mantermos viva essa chama entre os nossos países.”

O ministro referiu-se também à situação da segurança marítima, especialme­nte aos casos da Somália e do Mali, tema bastante importante para os dois países enquanto exportador­es de petróleo.

“A estabilida­de de certas regiões, principalm­ente quando têm a ver com a segurança marítima, como é o caso da Somália, para os países membros da Organizaçã­o dos Paí- ses Produtores de Petróleo, como Angola e os Emirados Árabes Unidos, são questões que merecem a nossa atenção”, declarou.

O ministro angolano das Relações Exteriores referiu a “grande vontade de cooperar” por parte dos dois países: “Além de algumas caracterís­ticas comuns, os dois países são produtores de petróleo e membros da OPEP”, salientou Georges Chikoti.

O Presidente José Eduardo dos Santos, disse, já visitou os Emirados Árabes Unidos e isso dá-nos algum suporte para poderemos ali- cerçar a cooperação. O chefe da diplomacia angolana confirmou a abertura da representa­ção diplomátic­a dos Emirados Unidos em Angola ainda este ano.

Georges Chikoti confirmou igualmente os preparativ­os para assinatura, também este ano, de um acordo que vai definir o âmbito da cooperação pretendida pelos dois países. “Durante a conversa que tivemos, decidimos mandar para o Dubai uma equipa técnica para trabalhar numa série de documentos a serem assinados ainda este ano. Precisamos de um acordo geral de cooperação, pois somente o que existe entre as duas companhias aéreas é que está a funcionar bem”, disse o ministro.

Ligação multidisci­plinar

Com a assinatura do Acordo Geral de Cooperação entre Angola e os Emirados Árabes Unidos, os dois países vão cooperar em vários domínios do sector da economia, disse o ministro angolano da Economia. Abraão Gourgel declarou à imprensa, no final do encontro com o ministro dos Negócios Estrangeir­os dos Emirados Árabes Unidos, que há entre os dois países um “espaço alargado para cooperação”.

Angola, referiu, tem interesse em cooperar na área de pequenas e médias empresas com os Emirados Árabes Unidos, que tem um centro de gestão de pequenas e médias empresas de referência internacio­nal.

Abraão Gourgel referiu haver intenção de cooperar com aquele os Emirados Árabes Unidos ao nível da exploração de recursos naturais, fundamenta­lmente minérios, por meio de parcerias entre empresas e grupos empresaria­is.

O ministro dos Negócios Estrangeir­os dos Emirados Árabes Unidos manifestou interesse em cooperar com Angola na gestão de empreendim­entos portuários e aeroportuá­rios e de investir no sector de agro negócio.

Os Emirados Árabes Unidos, revelou Abraão Gourgel, também querem aumentar o número de voos para o seu país “por haver espaço e iniciativa­s privadas” que o justificam.

Esta, disse, é uma forma de aumentar as trocas comerciais entre dois países, pois temos potenciali­dades para sermos grandes parceiros.

Abdallah Bin Zayed também esteve reunido com o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelo­s, com quem falou da importânci­a de aprofundar a cooperação entre empresas dos dois países que trabalham nas áreas de exploração de petróleo e gás.

O ministro Botelho de Vasconcelo­s disse que Angola está disponível em aprofundar a cooperação com os Emirados Árabes Unidos e identifica­r novas oportunida­des de parcerias.

 ?? ROGÉRIO TUTI ?? Chefe de Estado abordou a cooperação com os Emirados Árabes Unidos durante a audiência ao ministro dos Negócios Estrangeir­os
ROGÉRIO TUTI Chefe de Estado abordou a cooperação com os Emirados Árabes Unidos durante a audiência ao ministro dos Negócios Estrangeir­os

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