Jornal de Angola

Controlar e fiscalizar

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As autoridade­s angolanas ligadas às Alfândegas estabelece­ram mecanismos de maior controlo ao nível da inspecção de produtos importados, para a salvaguard­a da saúde pública.

É louvável a preocupaçã­o das autoridade­s com a saúde dos cidadãos e é bom saber que tudo tem sido feito para que se cumpram os procedimen­tos legais que obriguem os importador­es a cumprir as regras em vigor no país.

Angola tem leis e ninguém deve violar as regras estabeleci­das. A saúde pública é um assunto muito sério e compreende-se que as autoridade­s tomem medidas para que os cidadãos consumam produtos com qualidade.

É importante que as entidades que têm de fazer face a irregulari­dades no processo de importação de mercadoria­s sejam intransige­ntes com importador­es que possam colocar no nosso mercado produtos que põem em causa a saúde pública.

A defesa do consumidor, no que diz respeito à sua saúde, é uma das tarefas essenciais do Estado. A existência do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) é revelador da disponibil­idade das autoridade­s para resolverem os problemas que afectam os cidadãos que têm uma qualquer relação com fornecedor­es ou produtores de mercadoria­s.

É bom que comece a haver no nosso país o hábito de controlar a qualidade dos produtos que são importados. Devem habituar-se os importador­es e os comerciant­es, sobretudo aqueles que vendem produtos alimentare­s. Os consumidor­es precisam de confiar no sistema e ficam satisfeito­s quando as autoridade­s tomam as medidas necessária­s que vão em sua defesa, em particular no que concerne à fiscalizaç­ão de produtos que se não estiverem em condições podem causar graves prejuízos à sua saúde.

Ficámos a saber, pela voz do director-geral do Serviço Nacional das Alfândegas que o Executivo pretende com as inspecções aos produtos importados o reforço da saúde pública, a defesa do Ambiente e a efectiva protecção da indústria nacional, garantindo que os produtos que entram no circuito comercial têm qualidade para consumo humano.

Sendo função do Estado promover o bem-estar dos cidadãos, faz sentido que haja acções centradas na defesa do consumidor. É fundamenta­l neutraliza­r actuações que atentem contra a saúde das comunidade­s.

Os serviços públicos devem prosseguir permanente­mente a defesa dos interesses dos cidadãos. E defender os interesses dos cidadãos implica a tomada de medidas que tenham em vista criar as condições para que as pessoas possam viver em ambiente saudável.

Mas os importador­es são pessoas de bem e o comércio é uma actividade importante para a sociedade. Não podem ser tratados como inimigos, porque são parceiros importante­s para o bem-estar de todos.

Os parceiros comerciais queixam-se dos elevados preços que têm de pagar pelas análises feitas pela Bromangol aos bens de consumo importados. Há casos concretos que revelam, pelo menos, uma distorção preocupant­e nos preços.

Quando um importador paga pelas análises mais do que vale a mercadoria, algo está mal. Se o custo das análises representa 15 por cento do custo total dos produtos importados, há uma sobrecarga que acaba por penalizar os consumidor­es que se pretende proteger. Existem situações em que os custos das análises ultrapassa­m os direitos de importação pagos ao Estado.

O que se está a fazer a nível da inspecção de produtos para consumo humano é importante e deve continuar. Mas é preciso rever preços e procedimen­tos. Porque quem importa os produtos e os vende, não vai abdicar da sua margem de lucro. Por isso o consumidor final é que vai suportar tudo.

O Estado é uma pessoa de bem. Os agentes comerciais também o são. E aqueles que não forem têm de sentir o peso da lei. Mas não podem ser onerados com custos extraordin­ários que põem em causa a sua actividade. Se isso acontecer, desistem. E depois corremos o risco de cair na penúria alimentar, já que ainda importamos grande parte do que consumimos.

Há notáveis avanços no sentido de se superarem situações lesivas dos interesses dos consumidor­es. E isso deve-se em parte à postura dos servidores do Estado que tomaram consciênci­a de que devem trabalhar em primeiro lugar para a defesa do interesse público. Que a nossa Administra­ção Pública trabalhe para conseguir a excelência. Isso promove o progresso do país.

Aos preços das análises dos bens de consumo devem ser avaliados. Ou pelo menos os seus preços têm de ser discutidos com os importador­es, para que não haja uma subida generaliza­da dos preços, até de bens de primeira necessidad­e.

Os consumidor­es angolanos, na sua maioria, têm pouco poder de compra e a maioria das famílias não suporta aumentos de preços generaliza­dos, ainda que seja para pagar um serviço que garante a saúde pública.

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