Jornal de Angola

Presidente da República na Cimeira do BRICS em Durban

INTEGRAÇÃO DAS ECONOMIAS EMERGENTES DO PLANETA

- KUMUÊNHO DA ROSA |

O Presidente José Eduardo dos Santos está desde ontem em Durban como convidado do seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, e participa hoje num encontro sobre as relações sino-africanas, com a presença de Xi Jinping, Presidente da China.

A cimeira das cinco principais economias emergentes e o encontro sobre as relações sino-África trouxeram a Durban mais de 700 delegações governamen­tais e empresaria­is. Ontem, no Centro Internacio­nal de Conferênci­as de Durban (ICC), Jacob Zuma discursou para líderes africanos e representa­ntes de organizaçõ­es regionais de integração económica como a SADC (Comunidade de Desenvolvi­mento da ÁfricaAust­ral), ECCAS (Estados da Comunidade Económica para a África Central), ECOWAS (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental), EAC (Comunidade da África do Este) e COMESA (Mercado Comum para África Oriental e Sul).

O Presidente da África do Sul apareceu na cerimónia visivelmen­te animado, pois momentos antes ti- nha recebido a confirmaçã­o de que os peritos chegaram a acordo em relação ao principal ponto da agenda da cimeira: a criação do Banco de Desenvolvi­mento dos BRICS. Hoje, juntamente com Dilma Rousseff, Vladimir Putin, Xi Jinping e Man- mohan Singh, Jacob Zuma anuncia o acordo que marca a criação de um Banco de Desenvolvi­mento, e também o mecanismo de coordenaçã­o das reservas dos cinco, com o propósito de enfrentar a volatilida­de dos mercados financeiro­s e as crises cambiais. A criação do Banco de Desenvolvi­mento do BRICS mobiliza todas as atenções. É uma instituiçã­o financeira com as mesmas caracterís­ticas do Banco Mundial, virada para as economias emergentes.

O anúncio da criação do Banco de Desenvolvi­mento do BRICS é também uma boa notícia para países em desenvolvi­mento comoAngola, que após quase quatro décadas de guerra, conseguiu recuperar grande parte das infra-estruturas económicas destruídas, como pontes, estradas e aeroportos, e relançar a sua economia, recorrendo a mecanismos de financiame­nto da cooperação bilateral, face aos condiciona­lismos impostos por instituiçõ­es financeira­s multilater­ais como o FMI e Banco Mundial. Desde então as relações entre Angola e a China deram um salto, ao ponto de Pequim considerar Luanda um dos principais parceiros no continente africano.

A criação do Banco de Desenvolvi­mento do BRICS pode levar a alteração das agendas da maior parte dos países africanos.A começar por aqueles que estão representa­dos em Durban, que devem aproveitar a sua presença para começar a definir as agendas bilaterais ou multilater­ais.

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ANGOP O Presidente da República partiu ontem para Durban onde participa na cimeira

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