Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- AURÉLIO LUCAS ELISA PIRES ESPERANÇA JOÃO

Táxi com mulheres

Raramente se vêem mulheres a fazerem serviço de táxi. Na semana passada, para meu espanto, duas mulheres, uma motorista e outra cobradora, estavam a fazer serviço de táxi, no percurso Mutamba–Ilha e vice-versa.

É bom que as mulheres comecem a ter consciênci­a de que não há actividade­s exclusivam­ente para homens. Nestes tempos, homens e mulheres arregaçam mangas para assegurare­m o sustento dos seus filhos em toda a dimensão.

Nos lares, as pessoas fazem tudo para haver rendimento­s suficiente­s para as inúmeras despesas.A crise obriga à criativida­de e começa a haver o hábito de poupança. Nestes tempos, é preciso que se gaste com racionalid­ade, ver o que é necessário e o que é supérfluo. Vejo ainda gente com poucos recursos a gastar irracional­mente no álcool, em cabelos postiços e roupas caras, para depois passar por problemas financeiro­s e pedir à empresa ou ao colega.

Não devemos viver acima das nossas possibilid­ades. Há pessoas que gostam de gastar demasiado apenas para mostrar aos vizinhos que estão em boa situação financeira, na perspectiv­a de ganharem prestígio na área em que moram. Na verdade, muitas dessas pessoas, como nós angolanos dizemos angolanos, “já não estão com nada”, vivendo endividada­s, com todos os problemas que isso acarreta.

Parque do Sagrada Esperança

O Parque Infantil do Bairro Sagrada Esperança, no Distrito Urbano da Maianga, apresenta agora um melhor aspecto. Vi que está limpo, o que é bom para as crianças. Penso que a actual gestão do parque está a fazer um bom trabalho no sentido de assegurar que o recinto seja um lugar saudável.

Não concordo entretanto que se continue a organizar farras num recinto que foi construído pelo Estado para servir exclusivam­ente as crianças. Penso que não é agradável que haja um bar a vender bebidas alcoólicas num parque infantil. O normal é que se vendam, por exemplo, gelados e sumos para as crianças.

É possível que os gestores do parque achem que vendendo bebidas alcoólicas no parque conseguem mais lucros, mas acho que se devem defender em primeira linha os interesses das crianças.

Os parques infantis, como já alguém escreveu neste espaço dos leitores, nãodevem ser lugares para farras de adultos. O parque infantil, não é demais recordar, foi construído para servir as crianças. Alguma coisa, em minha opinião, deve mudar no Parque Infantil do Sagrada Esperança. O parque infantil não deve ser transforma­do em salão de festas.

Praças em lixeiras

Um grande esforço deve ser feito para se acabarem de uma vez por todas com as praças que estão instaladas em lixeiras, pondo em perigo a saúde dos consumidor­es. Sei que há pessoas que insistem em vender produtos nessas praças, desrespeit­ando as leis e não cumprindo as ordens das autoridade­s competente­s. Penso que o interesse público tem de estar acima de interesses desses cidadãos que acham que devem continuar a comerciali­zar produtos em lixeiras, não se importando com as consequênc­ias dos seus actos.

A saúde de todos os cidadãos deve ser salvaguard­ada e ninguém, como já disse o novo governador de Luanda, deve estar acima da lei. As pessoas que queiram dedicarse ao comércio devem procurar os locais apropriado­s para tal, acatando as ordens das autoridade­s.

Temos que nos habituar a viver com ordem e respeito permanente às leis e aos regulament­os do nosso país. Sem ordem e sem respeito às leis não há verdadeira democracia nem progredimo­s.

Se vivermos com ordem , havemo de resolver muitos dos nossos problemas. Um cidadão deve ser uma pessoa que tenha um conduta exemplar . Ninguém deve prejudicar a comunidade em que vive , com acções ilegais e anti-sociais.Temos todos nós,cidadãos, o dever de contribuir para que na comunidade haja harmonia.O bom cidadão é aquele que tudo faz para ajudar a comunidade a ter uma vida saudável e harmoniosa. Ninguém tem o direito de fazer o que bem entender, prejudican­do a maioria. Que em 2016 tenhamos todos os mercados em locais que ofereçam boas condições para a prática do comércio.

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CASIMIRO PEDRO

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