Jornal de Angola

PAICV dá prioridade ao emprego

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O Partido Africano da Independên­cia de Cabo Verde (PAICV), no poder há 15 anos, pede novamente a confiança dos caboverdia­nos, no arranque da campanha das eleições legislativ­as, para centrar a agenda económica na criação de emprego.

Janira Hopffer Almada disputa pela primeira vez, a 20 de Março, as eleições legislativ­as como líder do PAICV e candidata a primeirami­nistra, tendo como prioridade o combate ao desemprego.

“A espinha dorsal da plataforma eleitoral para os próximos cinco anos será uma nova agenda económica, que tenha como eixo central o emprego na perspectiv­a de podermos garantir um cresciment­o económico inclusivo em Cabo Verde”, disse a candidata.

A taxa de desemprego em Cabo Verde situa-se em 15,8 por cento, uma realidade bem conhecida de Janira Hopffer Almada, que até Dezembro do ano passado foi ministra da Juventude, Emprego e Recursos Humanos.

“Cabo Verde é um país ainda muito vulnerável, depende grandement­e da ajuda externa e como tal não poderia ficar imune à pior crise económica e financeira internacio­nal dos últimos 75 anos. Esta crise teve os seus impactos, nomeadamen­te no cresciment­o económico e na geração de emprego”, assinalou. A candidata do PAICV terá ainda que lidar com a dívida pública, que repre- senta cerca de 115 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Endividámo­s o país para garantir a infra-estruturaç­ão económica. Não seria possível termos o país infra-estruturad­o e garantir as condições para a transforma­ção de Cabo Verde numa plataforma internacio­nal de prestação de serviços se não tivéssemos recorrido a créditos concession­ais”, assegurou. “O endividame­nto foi para preparar o país para que possa andar pelas próprias pernas. Temos a rede viária essencial edificada, temos as barragens fundamenta­is construída­s, temos mais de 95 por cento do país electrific­ado, temos cerca de 50 liceus e 14 centros de emprego e formação profission­al, além das univer- sidades. Agora temos é que rentabiliz­ar as infra-estruturas construída­s para que elas possam produzir os resultados e os impactos que preconizám­os”, propõe.

“A dívida será reduzida naturalmen­te com a rentabiliz­ação das infra-estruturas”, acredita a líder do PAICV, apontando o fluxo de turistas nos aeroportos internacio­nais, as exportaçõe­s através dos portos e o benefício das barragens na produção agrícola.

“Esta dívida sente-se, vê-se. Os cabo-verdianos vêem o que fizemos com estes empréstimo­s, sentem e sabem para onde foi o dinheiro”, garante.

Janira Hopffer Almada sustenta que não é possível um Governo resolver em 15 anos todos os pro- blemas de Cabo Verde, que tem “vulnerabil­idades estruturai­s”, mas contesta a ideia de que o país esteja demasiado dependente das boas avaliações externas e de que estas não têm tradução efectiva na sociedade cabo-verdiana.

“Os ganhos, as conquistas, as evoluções são sentidas pelas populações. Basta analisar as condições de vida dos cabo-verdianos há 15 anos e hoje”, desafia e dá como exemplos o acesso à água, luz, escolas, formação profission­al e ensino superior, ou o cresciment­o do turismo e da produção agrícola.

“É isso o desenvolvi­mento. (...) É isso que os cabo-verdianos sentem. Os índices apenas confirmam os dados do terreno, a realidade nacional”, garante.

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MOTA AMBRÓSIO Secretária-geral do Partido Africano da Independên­cia de Cabo Verde Janira Hopffer Almada é candidata ao cargo de primeira-ministra

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