Renovação antecede Congresso
Organização feminina do MPLA arruma as bases a pensar nos próximos desafios eleitorais
A renovação das dirigentes dos comités provinciais tem sido a tónica dominante na preparação do 6.º Congresso Ordinário da Organização da Mulher Angolana (OMA), agendado para o período de 2 a 5 de Março deste ano.
A recondução das dirigentes máximas dos comités provinciais da OMA tem sido a tónica dominante na presente etapa do processo de preparação do 6º Congresso Ordinário da organização feminina do MPLA, agendado para princípio de Março, em Luanda.
Nas respectivas assembleias gerais de balanço e renovação de mandatos, Malanje, Bengo, Lundas Norte e Sul, Moxico procederam à recondução das secretárias provinciais, em reuniões que contaram com a presença de uma coordenadora do grupo de acompanhamento do Comité Nacional da OMA e do primeiro secretário provincial do MPLA.
No Moxico, as militantes renovaram o voto de confiança a Albertina Tchitumbo, que se mantém no cargo de secretária provincial da OMA. Dos 445 votos possíveis, Alberta Tchitumbo conseguiu 395 e segue em frente para mais um mandato até 2021.
Além de eleger o secretariado provincial, composto por cinco membros, a assembleia nomeou 105 membros para o comité provincial da organização, oito para o comité nacional e 49 delegadas ao 6º Congresso Ordinário da OMA. Albertina Tchitumbo disse que a sua reeleição é resultado da confiança que lhe foi depositada pelas delegadas pelo trabalho que envolveu toda a massa associativa na província.
Albertina Tchitumbo apelou às militantes a engajarem-se nas acções de sensibilização e mobilização de mais militantes para as fileiras do partido, tendo em conta os desafios. A dirigente da OMA referiu-se ao Congresso do MPLA, marcado para Agosto próximo, e as eleições gerais de 2017. A assembleia do Moxico foi acompanhada por Eugénia da Silva, coordenadora do grupo de acompanhamento do comité nacional da OMA. Enquanto durou a assembleia, foi montada uma exposição de produtos do campo e peças artesanais. As militantes desfilaram com os produtos, ao som da música folclórica Tchianda, típica do povo Cokwe. Organizadas em colunas de 20, as delegadas exibiram variados produtos do campo, como a mandioca, batata-doce, batata-rena, feijão, milho, massango, massambala e hortícolas.
O potencial agrícola da província ficou também demonstrado com a mostra de mel, peixe e carne de caça. O desfile ficou ainda marcado com as demonstrações dos métodos usados para captura de peixe e fabricação do mel. Em Malanje, Joana da Conceição de Jesus também foi reeleita.
A líder da OMA na terra da Palanca Negra agradeceu o voto de confiança e prometeu redobrar esforços para que a organização continue a ser merecedora do estatuto de parceiro incontornável das políticas e programas de governo do MPLA.
Joana de Jesus manifestou a sua confiança nas militantes eleitas para o comité provincial e prometeu uma liderança interactiva, pois defende que só assim a OMA é capaz de vencer os desafios que tem, quer no plano interno, quer no plano externo.
Pediu o apoio das militantes que cessaram funções, que, no seu entender, pela experiência que acumularam são úteis para que a OMA continue a trilhar os caminhos da coesão nacional e comprometimento com o desenvolvimento social, político e económico do país. Amália Mande Alexandre, coordenadora do grupo de acompanhamento do Comité Nacional da OMA para a província de Malanje, aproveitou para relançar a questão de se agravar as medidas penais nos casos de violência sexual contra crianças. Disse ser preciso medidas que punam de forma exemplar os criminosos e desencorajem novas práticas. Amélia Alexandre referiu à margem da assembleia que só com medidas duras e eficazes é possível reverter o quadro em que menores são cada vez mais vítimas de crimes que comprometem o seu desenvolvimento físico e psíquico.
Amália Alexandre louvou as acções que têm sido desenvolvidas pelo Instituto Nacional da Criança (INAC), através dos seus técnicos, dando resposta aos casos relacionados com abuso de menores, defendendo por isso a participação das famílias e dos tutores de menores para se pôr termo a estas práticas. A dirigente da OMA manifestou-se também preocupada com os casos de gravidez precoce no país e na província, em particular. “Há que apostar na educação cívica das mães e filhas, sobretudo nas zonas mais recônditas, onde estas práticas estão enraizadas sob pretextos culturais”, defendeu.
Ao intervir na assembleia da OMA, o primeiro secretário provincial do MPLA em Malanje, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, reconheceu o papel da organização nas acções para o desenvolvimento político, económico, social e cultural da província e do país.
Kwata Kanawa frisou que a organização feminina do MPLA tem desempenhado um papel estratégico na busca de consensos e mobilização de mulheres de vários estratos sociais para a resolução dos problemas sociais, com enfoque para os do sector educativo, com a construção de escolas, contribuindo assim para a redução do analfabetismo.
O primeiro secretário provincial valorizou também o engajamento das militantes da OMA a nível da província, no processo de registo eleitoral de 2012, mas também nas campanhas de vacinação e do censo da população. Norberto dos Santos destacou o papel do comité cessante da OMA, no cumprimento do plano de actividades desenvolvidas durante o seu mandato e na implementação das orientações superiormente emanadas.
Na Lunda Sul foi reeleita Josefa Txipengue, enquanto na Lunda Norte permanece Paciência Gomes. Nazaré dos Anjos Mendes está de “pedra e cal” no Uíge e na Huíla as delegadas votaram em Júlia Celeste. Em Luanda, Eulália Rocha continua firme à frente do comité provincial da OMA e Ginga Afonso Miguel dos Santos mantém-se na província do Bengo.