Zaire tem florestas com bom potencial
Recursos naturais da região carecem de investimentos públicos e privados
A província do Zaire possui uma cobertura florestal de 1.605.200 hectares, que constitui verdadeira oportunidade de negócio. Dados da Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural indicam que nas florestas se destacam 20 espécies de madeira com valor económico notável, entre as quais a Ceiba Pentandra, também conhecida como Mfume, a Lannea Antiscorbutica ou Mukumbi, e a Ricinodendrom Heudelotti, conhecida como Sanga-sanga.
O Zaire possui uma cobertura florestal de 1.605.200 hectares que constitui verdadeira oportunidade de negócio mas ainda carece de investimentos, capazes de transformar esta riqueza natural em receitas financeiras para os cofres do Estado.
Dados da Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Zaire indicam que nas florestas se destacam 20 espécies com valor económico notável, entre as quais a Ceiba Pentandra, também conhecida como Mfume, a Lannea Antiscorbutica ou Mukumbi, Ricinodendrom Heudelotti conhecida como Sanga-sanga.
Outras árvores propícias à produção de madeiras, como o Diospyros dendo ou Pau-preto, a Afzélia pachylobia ou Nkongo, a Mafumeira, a Nsinga e o Undiamunu, crescem em abundância nos municípios de Tomboco, Cuimba e Luvo.
O Governo Provincial criou mecanismos de incentivo para quem quiser operar na indústria madeireira, um segmento da actividade económica que permite o surgimento de centenas de novos postos de trabalho, além de gerar recursos financeiros fundamentais para o desenvolvimento da província e do país.
Os incentivos consistem em oferecer aos eventuais investidores procedimentos burocráticos expeditos para a tramitação dos pedidos de áreas para exploração da madeira nas diversas florestas existentes.
O director provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Zaire, Gouveia da Silva Pedro, disse à reportagem do Jornal de Angola que em 2015 foi registada uma produção de 850 metros cúbicos de madeira em toro a partir do Luvo e Tomboco e absorvidos pelo mercado de Luanda.
O Jornal de Angola apurou que actualmente um barrote de dois metros cúbicos é comercializado, em Mbanza Congo, a 1.500,00 kwanzas, e a tábua de seis metros cúbicos custa quatro mil kwanzas. Gouveia da Silva Pedro avançou que no ano passado cinco empresas solicitaram licenças de exploração florestal, o que resultou na arrecadação de 551.540,00 kwanzas. A emissão de licenças de produção de carvão e transporte de produtos florestais (madeira), permitiu ao sector efectuar depósitos na conta única do Tesouro no valor de 229.874,00 kwanzas.
O Zaire tem uma posição privilegiada, pela proximidade com os maiores centros de consumo, Luanda e a República Democrática do Congo. Para manter os níveis de controlo de fuga ao fisco no processo de venda de madeira, foi lançada uma fiscalização nos mercados, que envolve responsáveis dos sectores da agricultura, comércio e indústria.
Projectos em curso
Afertilidade dos solos das florestas do Zaire tem atraído vários projectos de grande e média dimensões e com reflexos positivos na vida das populações locais. Entre os projectos, destaca-se a fazenda agro-industrial “Kiambote”, localizada na aldeia do DiaDia, no município fronteiriço do Cuimba. A acção desenvolvida pelo Executivo ocupa uma área de sete mil hectares, dois mil dos quais plantados com milho e soja.
A execução do projecto está a cargo de técnicos chineses, que neste momento se desdobram na construção de três silos com capacidade para quatro toneladas cada, além de um aviário para 150 mil galinhas, prevendo-se uma produção anual de 12 milhões de ovos.
A fazenda vai, através do milho cultivado, produzir 100 mil toneladas de ração para aves. No Zaire há vários projectos agrícolas que cultivam sobretudo mandioca para a transformar em fuba de bombó e em farinha.
Alguns fazendeiros beneficiaram de financiamentos por parte dos bancos e estão envolvidos na criação de gado bovino. A degradação das vias de acesso às fazendas da região, as 69 lagoas e 32 rios permanentes são obstáculos ao desenvolvimento da região. Estima-se que 70 por cento da população tem a agricultura como principal fonte de rendimento. As famílias camponesas recebem apoios do Governo em instrumentos de produção e sementes.
Existem regiões que de forma natural atingem elevadas cifras de produção de citrinos como as localidades de Kindege, no município do Nzeto, e Lufico, em Nóqui.
“O ananás produzido no município do Tomboco já se tornou numa marca nacional, apesar da produção da fruta em quase todo o território do Zaire”, referiu, e acrescentou que a banana de mesa e a banana pão são comercializadas ininterruptamente nos mercados de Cuimba, Mbanza Congo, Tomboco e Nzeto.
A Direcção Provincial da Agricultura no Zaire, indicou, prevê para este ano uma produção de 2.100 toneladas de cereais, dois mil de leguminosas, 69 mil de raízes e tubérculos, 366 de hortícolas e 66 mil toneladas de frutas tropicais.
Novas culturas
A direcção provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural no Zaire preconiza relançar a cultura de café, dendém e cajú, de formas a aumentar o leque de produtos no mercado interno e quiçá, exportá- los para os países vizinhos.
Um trabalho de prospecção foi realizado na localidade de Loge Pequeno, para saber junto dos anciãos como era produzido o dendém no período colonial. O Loge Pequeno detinha no período colonial uma das maiores fazendas de cultivo de dendém para o fabrico de óleo de palma. As palmeiras da fazenda do Loge Pequeno desapareceram com o tempo.
Gouveia da Silva Pedro informou que existem estratégias para interligação dos produtores agrícolas, de pecuária e de activida- des silvícolas, para melhor aproveitamento das matérias-primas de cada sector. A região possui 226 agrupamentos agrícolas, entre associações e cooperativas, com 15.848 membros, que precisam de ser munidos com técnicas modernas de cultivo.
O administrador municipal do Cuimba, Simão Kuanzambi, disse á reportagem do Jornal de An
gola que a região possui potencialidades no domínio do Turismo. No quadro das acções tendentes a diversificação da economia, acrescentou, estão a emergir no Cuimba projectos privados de aquacultura.
Estrada para escoamento
O administrador municipal do Tomboco, António Kavungo, considerou prioritário o bom estado das estradas, para os produtos da actividade agrícola poderem chegar aos consumidores. A futura auto-estrada Luanda-Soyo, com ligação a Tomboco, permite o incremento das trocas comerciais entre as regiões do interior e a capital do país. Após um interregno de três anos, a construção da autoestrada Luanda-Soyo decorre a bom ritmo. Ao longo do troço Nzeto-Soyo estão a ser construídas nove pontes rodoviárias.