Aguardado o exame forense das vítimas de intoxicação
São aguardadas as conclusões dos exames forenses
As oito pessoas, membros de uma mesma família, supostamente vítimas de intoxicação alimentar na passada quarta-feira, no município do Dande, província do Bengo, foram a enterrar na sexta-feira.
Uma multidão de pessoas, comovidas pela tragédia, acompanharam os funerais no cemitério de Sumba Futa. Na cerimónia fúnebre, o administrador municipal do Dande, João Castelo Branco, disse que se estava diante de “uma perda irreparável”, que chocou a todos e deixou os munícipes tristes. “Mas estamos todos aqui, para chorar com a família das vítimas e dar o apoio necessário no sentido de a encorajar”, disse.
O responsável garantiu que a Administração vai continuar a apoiar a família enlutada, tanto moralmente como em bens alimentares. “Neste momento, em que choramos os nossos mortos, não há sensibilidade humana que suporte tanta dor, causada por este abalo tão forte e que jamais esqueceremos na nossa história como povo, tanto pela sua magnitude como pelo sofrimento que causou”, frisou.
O administrador lembrou que “tudo está a ser feito” para identificar as verdadeiras causas que levaram à morte das oito pessoas e pediu aos habitantes do Dande que mantenham a confiança nas autoridades.
O governador provincial do Bengo em exercício, Domingos Guilherme, manifestou, em comunicado, consternação pela morte dos oito membros da mesma família, que “deixa profundamente chocada a província, pois em vida dariam o seu contributo no processo de desenvolvimento da região”.
O governador em exercício do Bengo diz aguardar que os exames forenses determinem a verdadeira causa das mortes e apelou às famílias da província a terem o maior cuidado e vigilância na utilização dos produtos alimentares.
Apoio dos taxistas
A associação União Jovial Cidade de Táxi participou no cortejo fúnebre com 25 viaturas, que ajudaram a transportar as várias centenas de pessoas que acompanharam as vítimas à sua última morada. Pedro Quinta, vice-presidente da associação de taxistas, disse ao Jornal de Angola que “nós sentimos muito a perda dos nossos irmãos e tínhamos de apoiar com transporte”.
José Pedro, representante da família enlutada, agradeceu o apoio da Administração Municipal e da associação dos taxistas, e reafirmou o maior interesse no apuramento das verdadeiras causas das mortes.
A circunstância que aponta para a probabilidade das oito pessoas, cinco adultos e três crianças, terem sido vítimas de intoxicação alimentar, baseia-se no facto de na véspera terem partilhado a mesma refeição, composta por funge de milho, peixe seco e kizaca.