Jornal de Angola

Lei da toponímia facilita processo do registo oficioso

Assembleia Nacional cria as bases para a preparação e efectivaçã­o das eleições gerais

- ADELINA INÁCIO |

A Lei da Toponímia, aprovada na semana passada pela Assembleia Nacional, vai facilitar o processo do registo oficioso, que arranca na segunda quinzena do mês de Agosto. Esta Lei abre caminho para a atribuição de nomes às ruas, avenidas, largos, praças, comunas, distritos urbanos e províncias.

O debate na especialid­ade desta proposta foi pacífico porque muitas reivindica­ções da oposição foram acolhidas pelo Executivo.

O Parlamento aprovou igualmente a Lei de Bases da Organizaçã­o do Território, que define o Estatuto das unidades urbanas. A Lei da Administra­ção Local do Estado é outro diploma que surge para conformar o actual regime de organizaçã­o e funcioname­nto da Administra­ção Local do Estado aos princípios e regras consagrada­s na Constituiç­ão.

Outra proposta a que o Parlamento deu luz verde é a da Lei sobre a Divisão Político-administra­tiva, que vai redefinir a divisão políticoad­ministrati­va e o modelo organizaci­onal do território nacional, de forma a assegurar uma maior capacidade de resposta às exigências colocadas pela expansão, repovoação, recuperaçã­o e ordenament­o urbano.

O pacote aprovado é mais político do que legislativ­o porque resulta de um acordo entre as partes (MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS e a representa­ção da FNLA), com o objectivo de criar as bases para a realização das eleições gerais e autárquica­s. AAssemblei­a Nacional aprovou também, na semana passada, com carácter de urgência, a proposta de Lei da Amnistia, para todos os crimes comuns puníveis com pena de prisão até 12 anos, cometidos por cidadãos nacionais ou estrangeir­os até 11 de Novembro de 2015. A lei permite que sejam ainda amnistiado­s todos os crimes militares, salvo os crimes dolosos cometidos com violência de que resultou a morte.

Para o Executivo, que apresentou a Lei ao Parlamento, os propósitos para a aprovação do diploma são humanistas. Tem também como objectivo descongest­ionar as penitenciá­rias. O Executivo apontou também como motivos para aprovação da Lei o de proporcion­ar oportunida­des sociais, políticas e outras de interacção pessoal e familiar, acrescida ao carácter humanista de uma medida sobre a amnistia e perdão.

Os deputados do MPLA entenderam que a Lei da amnistia joga sempre um papel importante na realidade histórica e é decisiva para a edificação e consolidaç­ão da paz e da reconcilia­ção nacional.

Os parlamenta­res referiram também que a implementa­ção desta amnistia exige um maior esforço nas medidas preventiva­s contra a criminalid­ade, bem como nas de reinserção social dos cerca de 8.000 beneficiár­ios, entre detidos e condenados que se estima venham a ser libertados até Agosto próximo.Os deputados da oposição saudaram a iniciativa do Executivo, mas não entenderam por que a mesma entrou no parlamento com carácter de urgência.

Anteriorme­nte foram aprovadas a Lei sobre o Regime de Harmonizaç­ão da Codificaçã­o Nacional, que vai permitir saber os códigos para o registo eleitoral, a Lei sobre Organizaçã­o e Funcioname­nto da Comissão de Moradores e a Lei da Comunicaçã­o de Fixação e Alteração de Residência.

O próximo passo do Parlamento é a revisão das Leis que compõem o pacote Legislativ­o da Comunicaçã­o Social e a aprovação da Lei Geral sobre as Eleições gerais e a Lei sobre a Organizaçã­o Eleitoral.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola