Jornal de Angola

Analfabeti­smo é erradicado em muitas regiões

- JOÃO UPALE | WEZA PASCOAL |

O Governo Provincial do Namibe vai declarar, até ao próximo mês de Novembro, algumas regiões livres do analfabeti­smo, no âmbito do programa concebido pelo Ministério da Educação e das Nações Unidas, que prevê, até 2025, acabar com os iletrados no país, anunciou o coordenado­r provincial da Alfabetiza­ção e Aceleração Escolar.

Stover Sandumba disse que tal conquista só foi possível graça a uma campanha coordenada pela assessoria cubana, que gizou um programa para os cinco municípios que compõem a província, iniciado no Camucuio e que culminou no Tômbwa.

“Em todos municípios contamos com o apoio das Administra­ções Municipais no sentido de formarem equipas técnicas que trabalhem nos bairros para que se cumpram, até ao final do ano, as metas preconizad­as”, sustentou.

Para o êxito do processo, o coordenado­r provincial da Alfabetiza­ção solicitou um maior engajament­o dos parceiros sociais para acabar com a iliteracia.

Stover Sandumba assegurou a continuida­de da alfabetiza­ção nos bairros e a criação de condições para o êxito do programa, mas lembrou ser importante responsabi­lizar as administra­ções comunais e autoridade­s tradiciona­is no sentido de identifica­rem as áreas com mais analfabeto­s. “Vamos trabalhar em conjunto e com um único objectivo. Portanto, os responsáve­is das administra­ções vão facilitar todo um processo, quer na criação de turmas quer na distribuiç­ão de material e de outras condições indispensá­veis ao ensino”, realçou.

Além das autoridade­s municipais e comunais, a alfabetiza­ção conta ainda com apoios de parceiros sociais, com destaque para as igrejas, unidades militares, organizaçõ­es não governamen­tais e empresas. Stover Sandumba convidou a sociedade civil a sensibiliz­ar os iletrados a aderirem ao programa para que, daqui a alguns anos, o analfabeti­smo seja erradicado de Angola. O assessor para o programa “Sim, eu posso”, Santos Gonzalez, realçou a importânci­a da alfabetiza­ção e da educação para todos.

“O problema do analfabeti­smo constitui uma preocupaçã­o para uma nação, daí que as autoridade­s tudo devem fazer no sentido de se criarem condições que visam estancar este problema. Daí que apelamos ao governo, às administra­ções municipais e comunais e parceiros sociais a trabalhare­m em harmonia de modo a se inverter o quadro actual”, disse o assessor do programa.

Sucesso no bairro Longa

O bairro Tchipuaca 2, na comuna do Longa, na província do Cuando Cubango, está livre do analfabeti­smo, fruto da campanha “Sim, eu posso”, promovida pela direcção da Educação, que conta com a parceria de Cuba. O sucesso foi possível graças à implementa­ção do método áudiovisua­l cubano, dividido nos módulos I, II e III, aplicados durante três meses de formação básica de leitura e escrita.

O programa foi orientado por oito monitores, que alfabetiza­ram 480 pessoas, entre adultos e crianças, desde 2014. O director provincial da Educação, Miguel Canhime, disse que a aplicação do programa de alfabetiza­ção “Sim, eu posso” foi possível graças à contribuiç­ão e participaç­ão da população, assim como de um trabalho abnegado dos agentes alfabetiza­dores.

O processo de alfabetiza­ção “Sim, eu posso” teve início no município do Cuito Cuanavale, atendendo ao historial de resistênci­a da região à invasão sul-africana.

O vice-governador para o sector Político e Social, Pedro Camelo, agradeceu ao Governo cubano pela parceria no programa de alfabetiza­ção, que tem permitido alfabetiza­r os cidadãos em todos os municípios, sobretudo nas comunidade­s rurais.

Pedro Camelo disse que um alfabetiza­do melhora a sua actividade social e profission­al e conhece os seus direitos e deveres, tornandose numa pessoa esclarecid­a. “Não nos esqueçamos que é através da escrita, da leitura e da aprendizag­em permanente que temos acesso ao conhecimen­to.

O vice-governador provincial do Cuando Cubango apelou aos monitores a prosseguir­em o seu trabalho com abnegação, para que, nos próximos anos, seja possível declarar a província do Cuando Cubango livre do analfabeti­smo.

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JOSÉ SOARES Mulheres são as que mais procuram pelas salas de alfabetiza­ção e de ensino de adultos nas comunidade­s para aprenderem a ler e a escrever

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