Dinis com futuro indefinido
CONTRATO POR OBJECTIVO Eleições em Dezembro é um argumento para a incerteza
Contratado apenas para orientar os destinos da Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol na disputa do Torneio Pré-Olímpico, onde não conseguiu assegurar a qualificação para os Jogos Olímpicos Rio´2016, o técnico Carlos Dinis está doravante sem vínculo com a Federação Angolana de Basquetebol (FAB).
Nesta senda, o órgão presidido por Paulo Madeira, que declara contratar treinadores por empreitada, por não dispor de recursos financeiros para suportar o pagamento de salários dos seleccionadores das distintas selecções a tempo inteiro, pode ou não continuar a contar com os préstimos de Dinis, tendo em vista o Campeonato Africano das Nações, Afrobasket´2017, a decorrer em Agosto, na cidade de Brazzaville, Congo.
Sem avançar qualquer possibilidade em torno da renovação, Madeira disse ao Jornal de Angola ser prematura qualquer abordagem pelo facto de, em Dezembro, estar prevista a realização de eleições para novos órgãos sociais na federação.
Contactado pelo Jornal de Angola, Raul Duarte, adjunto da selecção em diversas ocasiões e actual treinador da Universidade Lusíada, defende que “face às necessidades que temos devíamos ter um treinador a tempo integral, competente, com provas dadas e acima de tudo um bom comunicador”.
Pronunciando-se sobre a alegada falta de dinheiro para fazer face aos encargos, Duarte sem rodeios disse: “esta é uma falsa questão, porque o seleccionador pode estar num clube em comissão de serviço, e quando estivesse a trabalhar efectivamente com a selecção ou noutras matérias, porque há muito a fazer-se, aí sim seria remunerado. No passado foi feito isso com o Mário Palma, Victorino Cunha e Wlademiro Romero. Eram quadros da então Secretária de Estado do Desporto”, concluiu.
No Torneio Pré-Olímpico, onde jogou nos dias 5 e 6 do corrente, na cidade de Belgrado, Angola perdeu por 60-83 com a Sérvia. Na primeira jornada, diante de Porto Rico, o cinco nacional foi vergado por 81-91, depois de ter chegado a consentir desvantagem por mais de 25 pontos na etapa complementar. Com estes resultados, não conseguiu concretizar o sonho de, pela sexta vez, marcar presença na competição mais mediática do mundo, os Jogos Olímpicos, depois de ter estado em Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sidney(2000), Atenas (2004) e Pequim (2008).
Carlos Dinis tem o condão de ter iniciado a renovação no conjunto angolano, ao ter estreado quatro rostos novos, todos abaixo dos 20 anos. Gerson Domingos e Gerson Gonçalves “Lukeny”, ambos com 19 anos, Sílvio Sousa e Bruno Fernandes (17), foram os “benjamins” escolhidos por Dinis. Numa lista onde constaram ainda os nomes de Carlos Morais, Leonel Paulo “Jú”, Reggie Moore, Felizardo Ambrósio “Miller”, Edson Ndoniema “Lapa”, Hermenegildo Santos “Gildo”, Islando Manuel “Papa Ngulo” e Valdelício Joaquim “Vander”.