CARTAS DO LEITOR
Futebol e formação
A selecção nacional de sub-17 pode vir a qualificar-se para o CAN desta categoria, que se vai realizar no Madagáscar no próximo ano. Os jovens da nossa selecção de sub-17 terão ainda de superar as Ilhas Comores na última eliminatória, para irem a Madagáscar.
Tenho acompanhado o trabalho que se tem feito ao nível da formação, e acho que é altura de se começar a apoiar seriamente todos os técnicos que estão envolvidos no treinamento das camadas jovens. Sou também da opinião de que não se exijam resultados imediatos às selecções que integram jogadores com idades inferiores a 20 anos . Concordo com a posição do treinador da selecção de sub -17, Simão Kochi, segundo a qual não devemos exigir aos jovens desta categoria resultados imediatos, o que não significa, segundo ele, que não deva haver empenho para se ganharem os jogos. Ele citou o exemplo da Alemanha que pode não conseguir grandes resultados ao nível dos escalões de formação, mas acaba depois por ter uma grande selecção sénior.
Acho que não se deve pressionar a nossa selecção de sub-17 nesta sua campanha para chegarmos ao CAN do Madagáscar. Os resultados virão futuramente, quando, depois de bem formados, os nossos jovens estiverem na selecção nacional sénior.
Aproveito este espaço para encorajar todos os técnicos angolanos que estão nos escalões de formação a prosseguirem o seu trabalho. O futuro do nosso futebol depende muito do seu empenho ao nível do treinamento das camadas jovens. Tenho esperança de que dentro de alguns anos o nosso futebol vai dar um salto qualitativo, tendo em conta os investimentos que vários clubes estão a fazer ao nível das camadas jovens. É entretanto necessário que se dê condições aos treinadores das camadas jovens. Estes treinadores estão a preparar o futuro. Que haja verbas para que eles trabalhem sem grandes dificuldades.
Aumento da produção
Muitos angolanos envolvidos em actividades produtivas, em particular os camponeses, estão empenhados em aumentar a produção, para que esta possa satisfazer as necessidades no mercado interno. É importante que os produtos do campo cheguem regularmente ao mercado, para que os camponeses possam obter lucros e para que os consumidores possam ter acesso, a preços baixos, a diversas mercadorias provenientes do meio rural.
Angola tem tudo para produzir internamente muitos produtos agrícolas. Não há necessidade de se importar produtos que podem ser produzidos em Angola. No tempo das vacas gordas, já encontrei em supermercados mamão e melancia importados. Não acreditei no que via. Será que não se podia então produzir no país mamão e melancia em grande quantidade para abastecer o mercado interno? Agora que estamos em crise e nesta fase de diversificação da economia, acredito que se dê maior importância à produção interna no campo. Figuramos entre os países que têm muitas terras férteis e muitos recursos hídricos. Que os nossos empresários e camponeses tirem partido das nossas potencialidades naturais. Angola pode ir muito longe ao nível da produção agrícola, se fizermos os investimentos necessários na zona rural, que pode contribuir para se acabar com a pobreza em muitas regiões do nosso país.
A cesta básica
Todos nós consumidores esperamos que o preço da cesta básica baixe consideravelmente, uma vez que um grande número de trabalhadores aufere salários muito baixos. Se os produtos da cesta básica baixarem , muitas famílias terão a possibilidade de os comprar. Que se faça tudo para que o essencial possa ser comprado pelas famílias mais carenciadas.
Há ainda muita especulação e é urgente que as autoridades que fiscalizam a actividade económica tomem medidas para se travar este mal. Muitos comerciantes se aproveitam ainda da situação de crise para cometer o crime de especulação. Muitos cidadãos já não conseguem fazer três refeições por dia. Há crianças que vão à escola sem poderem tomar o pequeno-almoço em suas casas. Se a cesta básica voltar a ser barata, muitos problemas podem ser resolvidos.