Agricultores experimentam cultivo de arroz de sequeiro
O Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA) de Cabo Verde está a proceder a experiências com cerca de 10 variedades de arroz de sequeiro a serem introduzidas nos campos agrícolas do arquipélago, noticiou a Panapress que cita uma fonte oficial.
O jornal cabo-verdiano “Expresso das Ilhas” diz que as dez variedades são cultivadas em países como Moçambique, Brasil e Índia, com a vantagem de poderem ser produzidas com pouca água, num ciclo curto.
Um técnico do INIDA, citado pelo jornal online, diz que a experiência decorre, em simultâneo, nas estações experimentais do Instituto em São Domingos, São Jorge dos Órgãos e Tarrafal de Santiago.
A diversificação dos locais de ensaio enquadra-se no âmbito de uma estratégia para conhecer o comportamento das variedades em diferentes condições. São Domingos, por exemplo, é uma zona semi-árida, enquanto São Jorge, quando chove, é uma zona semi-árida a sub-húmida e Tarrafal uma zona árida.
Para o técnico, este tipo de arroz tem um período de produção mais ou menos igual ao da cultura do milho. “Pode fazer-se o cultivo no mês de Julho ou no máximo em Agosto e ter colheita em Novembro ou Dezembro”, explica. Fora da época das chuvas, as plantações podem também ser regadas com recurso à técnica gota-a-gota, uma solução surpreendente para os técnicos, já que não é muito comum produzir-se arroz com este tipo de rega.
Com essa experiência, o INIDA espera contribuir para que o país consiga alguma produção local e reduzir a importação de arroz, cereal que, a par do milho, é dos mais consumidos pelos cabo-verdianos.
Se a experiência for bem-sucedida, a técnica de cultura e as variedades introduzidas passam a ser disseminadas entre os agricultores do arquipélago. A fonte assegura que o bom desenvolvimento das plantações, nos três campos experimentais do INIDA, provam que, em teoria, é possível cultivar-se arroz em Cabo Verde, apesar de este cereal ser normalmente produzido em campos alagados que não existem no arquipélago.
O técnico do INIDA reconhece que o grande desafio é tentar reproduzir essa experiência junto dos agricultores, numa escala mais alargada.
No entanto, a experiência em curso não é pioneira no país, uma vez que, em 2011, um agricultor tinha avançado com uma pequena produção na barragem do Poilão.