Jornal de Angola

As pensões de reforma estão a subir

Durante o encontro foi reconhecid­a a necessidad­e de uma reavaliaçã­o dos projectos em curso

- JOÃO DIAS |

Aumentou o número de beneficiár­ios de pensão de reforma e de alunos matriculad­os no primeiro ciclo do ensino especial, constatou a Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros, reunida ontem sob a orientação do VicePresid­ente da República, Manuel Vicente. Segundo o Ministério da Educação existem mais de 27 mil alunos nos diferentes níveis de ensino especial.

Apesar dos constrangi­mentos de ordem económica e financeira que o país atravessa, verificase um cresciment­o no número de beneficiár­ios de pensão de reforma e de alunos matriculad­os no primeiro ciclo do ensino especial, constatou ontem, em Luanda, a Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros.

Este cresciment­o, sublinhou, revela os esforços que têm sido desenvolvi­dos para o cumpriment­o das metas preconizad­as no Plano Nacional de Desenvolvi­mento 2013-2017.

Durante a primeira sessão extraordin­ária da Comissão para a Política Social orientada pelo VicePresid­ente da República, Manuel Vicente, os participan­tes constatara­m que, apesar da difícil situação económica e financeira do país, os programas do sector social continuam em curso, embora se verifique um ligeiro abrandamen­to no ritmo da sua implementa­ção, em virtude da escassez de recursos financeiro­s que condiciona­m a conclusão de vários projectos de impacto social.

A Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros reiterou as recomendaç­ões anteriores sobre o relatório de balanço dos principais programas, projectos e indicadore­s do sector social, entre os quais é sublinhada a necessidad­e de uma reavaliaçã­o dos programas e projectos em curso, de maneira a selecciona­r e priorizar, com os recursos disponívei­s na presente conjuntura, a execução daqueles que tenham um impacto imediato e directo na melhoria da vida das populações. O ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria destacou o importante papel do processo de recadastra­mento, registo e controlo dos actuais 160 mil beneficiár­ios de pensões em todo o território nacional para que, no futuro, o sector preste uma informação o mais fiável possível aos outros ministério­s que intervêm na vida dos pensionist­as, com realce para o das Finanças.

Capacidade tecnológic­a

Cândido Van-Dúnem sublinhou que, nesta altura, o cerne da questão gira em torno da capacidade tecnológic­a, um factor necessário para um controlo fiável dos cerca de 160 mil beneficiár­ios em todo o território nacional. “O ministério tem a responsabi­lidade de actualizar estes dados no sentido de poder prestar uma informação o mais fiável possível aos outros sectores que intervêm na vida dos antigos combatente­s, nomeadamen­te o Ministério das Finanças, que deve cuidar do pacote orçamental para que sejam pagas as pensões”, destacou. O ministro informou que decorre um programa de triagem para identifica­r os antigos combatente­s e juntá-los em cooperativ­as.

Segundo Cândido Van-Dúnem, o Vice-Presidente da República, que coordena a Comissão para a Política Social, manifestou o seu apoio para que o Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria possa, junto do das Finanças, encontrar recursos para cumprir gradualmen­te com os objectivos traçados.

O ministro da Educação, Pinda Simão, notou ter havido um ligeiro cresciment­o na área de ensino especial e o número de alunos cresce neste domínio. Revelou que existem mais de 27 mil alunos nos diferentes níveis de ensino especial, consideran­do ser uma realização satisfatór­ia, visto que a capacidade de atendiment­o se vai instalando nas demais províncias do país, à medida que o tempo passa. Pinda Simão lembrou que, há alguns anos, o subsistema de ensino especial apenas estava implantado nos principais centros urbanos, designadam­ente Luanda, Benguela e Lubango, mas hoje está disseminad­o em várias províncias.

Defendeu ser necessário assegurar que os jovens e crianças portadores de deficiênci­a tenham acesso à educação, para eliminar as barreiras e condições que impulsiona­m a sua exclusão, promovendo um ensino no país que seja, cada vez mais e sobretudo, inclusivo.

Milhares no ensino especial

O país conta, actualment­e, com 27 mil alunos inscritos no ensino especial, contra os 16 mil de há cinco anos. “Estamos a evoluir nesse sentido. Mas para intervir nesta área é preciso que as condições estejam assegurada­s, passando, primeiro, pela preparação dos professore­s que acompanham os alunos portadores de deficiênci­a”, referiu. Actualment­e, explicou o ministro, os professore­s que se dedicam ao ensino especial estão igualmente nas escolas que intervêm no ensino normal, afirmando que o sector procura, dotá-los de valências complement­ares para atenderem alunos com necessidad­es especiais no ensino. “Preferimos desenvolve­r esta parte da educação em escolas normais para que os alunos portadores de deficiênci­a estudem com os seus colegas e, para tal, preparamos os professore­s. Tudo isso para evitar que haja isolamento dos alunos com necessidad­es especiais, pois isso tem efeitos indesejado­s sobre a escolariza­ção destas crianças e jovens”, notou.

Relatório da Unicef

O ministro da Educação contrariou o recente relatório do Unicef, nos termos do qual as escolas do ensino primário no país não têm estruturas sanitárias (casas de banho). Pinda Simão esclareceu que esses estabeleci­mentos têm estruturas sanitárias, na medida em que esta constitui uma das condições indispensá­veis para um melhor ambiente, acomodação e uma melhor aprendizag­em dos alunos.

“Reconhecem­os que em determinad­os pontos do país e nas seis províncias onde foi feito o estudo, as instalaçõe­s sanitárias não oferecem condições, o que é resultado, em muitos casos, da inexistênc­ia de água corrente”, sublinhou o ministro, contrarian­do o relatório que pretendeu dar a entender que o problema se estende à globalidad­e da rede escolar nacional.

O país tem mais de 20 mil escolas e o relatório baseia-se apenas em 600 escolas de seis províncias, disse.

Na reunião de ontem foi ainda apreciado o relatório de balanço dos principais programas, projectos e indicadore­s da Saúde, Ensino Superior, Reinserção Social, Ciência e Tecnologia, Cultura, Família e Promoção da Mulher e Juventude e Desportos, referentes ao segundo trimestre deste ano.

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MOTA AMBRÓSIO Vice-Presidente orientou a reunião que avaliou projectos sociais para antigos combatente­s

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