SADC discute industrialização
Chefes de Estado e de Governo da África Austral estão reunidos na Suazilândia
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, participa hoje e amanhã, em Mbabane, na 36.ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), em representação do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos. Hoje, na Cimeira, os Chefes de Estado e de Governo da SADC analisam o relatório do Conselho de Ministros sobre a implementação dos planos de Desenvolvimento e de Industrialização da organização.
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, participa hoje e amanhã, em Mbabane, na 36.ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Manuel Vicente chegou ontem à capital da Suazilândia e foi recebido pelos ministros das Relações Exteriores, Georges Chikoti, do Planeamento, Job Graça, da Agricultura, Afonso Pedro Canga, pelos secretários de Estado do Comércio Externo, Alexandre Costa, e do Tesouro, João Kipipa, pelo embaixador de Angola em Moçambique, Brito Sozinho, e por representantes das autoridades suazis.
A chegada da maioria dos Chefes de Estado e de Governo da SADC aconteceu ao longo do dia de ontem, que foi também marcado pela realização do maior evento cultural da Suazilândia, o chamado “Reed dance”.
Hoje, na Cimeira, os Chefes de Estado e de Governo da SADC analisam o relatório do Conselho de Ministros sobre a implementação dos planos de Desenvolvimento e de Industrialização da organização, bem como as candidaturas desta região da África Austral para a presidência da Comissão da União Africana e para o posto de comissários deste órgão para os assuntos políticos e outro para questões de desenvolvimento agrário. Para a presidência da Comissão da União Africana, a SADC recomenda a candidatura da ministra dos Negócios Estrangeiros do Botswana, Pelonomi Verson Motoi, que concorreu nas eleições realizadas durante a última Cimeira da União Africana, em Kigali. A organização pode indicar dois candidatos, um homem e uma mulher, para cada um dos cargos, na reunião do Conselho de Ministros, prevista para o próximo mês, com o objectivo de analisar as candidaturas e tomar uma decisão.
Data da SADC
A cimeira vai tratar do pagamento das quotas dos Estados-membros e da institucionalização da data da SADC, para celebrar o fim do regime do apartheid na região, e do pedido de adesão do Burundi e das Comores à organização, feito há cerca de dois anos.
O Conselho de Ministros da SADC, que preparou a agenda da cimeira, não chegou a consenso em relação à data oficial da organização. Angola, que inicialmente indicou o dia 23 de Março, pretende sugerir agora o dia 11 de Fevereiro, por ser a data da libertação de Nelson Mandela, mas ainda está a fazer concertações com os seus parceiros, informou o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti.
“A mobilização de recursos para o investimento em infra-estruturas energéticas sustentáveis, com vista a uma industrialização inclusiva da SADC em prol da prosperidade da região” é o lema da cimeira e também um dos temas em análise.
Os chefes de Estado e de Governo devem abordar a questão da segurança alimentar e nutricional na região, principalmente a seca que colocou cerca de 40 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade nos países da organização.
O ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, disse, à margem da Cimeira, em Mbabane, que os líderes africanos vão tomar decisões no sentido haver acções coordenadas de assistência às populações afectadas e serem desenvolvidos projectos capazes de mitigar os efeitos desta situação.
A nível de Angola, Afonso Pedro Canga recordou que o Executivo implementou programas de assistência alimentar e de outra natureza para as vítimas da seca, principalmente na província do Cunene, que permitiram a melhoria da vida de 775 mil pessoas desde 2013. “Devemos continuar a desenvolver acções no sentido de termos uma agricultura sustentada, para que uma situação de igual magnitude não aconteça no futuro”, concluiu o ministro.