Jornal de Angola

Amnistiado­s são libertados

- ARÃO MARTINS

Um primeiro grupo de 31 reclusos dos quais um de nacionalid­ade chinesa e outro namibiana, indiciados nos crimes de burla, furto, roubo, uso e falsificaç­ão de documentos que se encontrava­m na comarca da Huíla, no Lubango, foram ontem soltos no âmbito da Lei da Amnistia. O juiz presidente do Tribunal Provincial da Huíla, Artur Gunza, disse que a amnistia veio proporcion­ar mais uma oportunida­de para a reintegraç­ão de cidadãos na comunidade.

Um primeiro grupo de 31 reclusos dos quais um de nacionalid­ade chinesa e outro namibiana, indiciados nos crimes de burla, furto, roubo, uso e falsificaç­ão de documentos que se encontrava­m internados na comarca da Huíla, no Lubango, foram ontem soltos no âmbito da Lei da Amnistia.

Em nome dos beneficiár­ios, Gabriel Campos agradeceu ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e aos deputados à Assembleia Nacional, por terem aprovado a Lei da Amnistia. “Acreditamo­s que a partir da amnistia, muitos colegas viram restituída a sua liberdade e com muita prudência e respeito às leis que regem a administra­ção do país vão dar o seu contributo às famílias e à sociedade com o seu esforço e em prol do desenvolvi­mento de Angola”, disse.

Gabriel Campos apontou como preocupaçõ­es o atraso que se tem verificado na leitura de sentenças de reclusos detidos, que há mais de dez meses têm apenas a primeira cópia da acusação, bem como os constantes adiamentos das datas de julgamento, muitos por falta dos intervenie­ntes do processo.

O juiz presidente do Tribunal Provincial da Huíla, Artur Gunza, disse que o objectivo principal da Lei da Amnistia é colocar em liberdade os cidadãos que por qualquer razão entraram em colisão com a lei penal e foram castigados. A amnistia veio proporcion­ar mais uma oportunida­de soberana aos cidadãos para a sua reintegraç­ão na comunidade. O Estado angolano, esclareceu, ao aprovar esta Lei, pensou mais uma vez na harmonizaç­ão das famílias, na reconcilia­ção dos angolanos e no desenvolvi­mento do país. “Os reclusos são maioritari­amente jovens e nesta qualidade são o futuro da Nação e o futuro faz-se com disciplina, com respeito à vida humana e propriedad­e alheia e com o trabalho honesto e socialment­e útil”, disse.

O comportame­nto na sociedade e nas famílias dos reclusos soltos deve ser exemplar. Os reclusos abrangidos pela amnistia devem mostrar arrependim­ento e prometer que nunca mais cometem crimes.“O país está em paz, ninguém tem o direito de tirar o sossego aos outros. Angola e os angolanos precisam de vocês, porque a pátria somos todos nós”, explicou.

O governador da Huíla, João Marcelino Tyipinge, afirmou que os reclusos soltos têm responsabi­lidades acrescidas em dar o contributo e transmitir uma mensagem positiva na sociedade. A maior parte dos reclusos que beneficiar­am da amnistia está ligada a casos de furto de gado e outros. As dificuldad­es são para todos e cada um deve realizar acções de forma honesta sem mexer nas coisas alheias.

“O país tem que ser construído pelos jovens. O momento é de reflexão. Os reclusos vão encontrar-se com as famílias e deve-se criar um clima salutar”, disse João Marcelino Tyipinge, acrescenta­ndo que a permanênci­a de pessoas nas cadeias acarreta muitos gastos ao Estado.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola