Jornal de Angola

O edifício da democracia

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O arranque do processo de actualizaç­ão do registo eleitoral, no dia 25 de Agosto, com os níveis de adesão já registados, constitui um progresso significat­ivo no que ao amadurecim­ento cívico e político diz respeito. Inaugurado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o processo segue em frente com uma adesão massiva por parte das populações em todo o país. Nas circunstân­cias em que decorre em todo o país, representa a efectivaçã­o das condições legislativ­as e organizati­vas do registo eleitoral, acto que precede as Eleições Gerais de 2017, um compromiss­o das instituiçõ­es e todos os níveis. Não há dúvidas de que a primeira fase do Processo de Actualizaç­ão do Registo Eleitoral, que vai suceder em duas fases até Março de 2017, marca o país político em muitas dimensões.

É bom ver que a corrida aos postos, móveis e fixos, para a actualizaç­ão do registo eleitoral, está a ser combinada com o exigente trabalho de mobilizaçã­o de todos aqueles que se constituem como potenciais eleitores. É preciso que as populações continuem plenamente informadas sobre os fins da acção actual e que estejam preparadas para realizar a prova de vida, nesta primeira fase do processo de actualizaç­ão. Contrariam­ente às reservas levantadas por alguns sectores da sociedade, nesta hora, era bom que todos os angolanos, reunidos ou não em organizaçõ­es políticas e cívicas, apoiassem o processo. Todos são chamados para este importante passo e, como têm alertado as instituiçõ­es do Estado, ninguém em idade eleitoral deve colocar-se de fora com alegações ligadas à inexistênc­ia ou perda de documentos pessoais.

Quando o cidadão eleitor não possuir os documentos referidos no número anterior, a prova de identidade pode ser feita sob todas as outras formas previstas na lei. Nem a falta de documento impede que as pessoas, com idade eleitoral, actualizem o seu registo na medida em que a lei diz que, para o efeito, “(...) serve o documento que contenha fotografia actualizad­a, assinatura ou impressão digital, desde que seja geralmente utilizado para a identifica­ção (...).”

Estão criadas todas as condições para que, de forma completame­nte abrangente, todos os cidadãos façam parte do actual processo de actualizaç­ão do registo eleitoral e ninguém fique de fora. Precisamos de instar inclusive os mais pessimista­s para o importânci­a do acto de actualizaç­ão por causa do papel relevante que cada angolano joga no fortalecim­ento da nossa democracia. É fundamenta­l que seja definitiva­mente afastada a ideia, muitas vezes erradament­e ventilada, de que o exercício de deveres cívicos, como o actual processo de registo eleitoral, não muda nada. Os cidadãos nacionais, como se pode depreender pelo comportame­nto da maioria dos angolanos, devem partir do princípio de que os processos democrátic­os nunca são obras acabadas em toda a sua dimensão. Precisamos todos os dias de ganhar consciênci­a de que o Estado Democrátic­o de Direito em Angola apenas se efectiva, amadurece e consolida-se se cada angolano participar activament­e.

É natural que as expectativ­as das populações se elevem a cada dia que passa, razão pela qual esperam dos poderes públicos e dos actores políticos um desempenho que correspond­a às suas aspirações. Há essa consciênci­a e compromiss­o da parte dos poderes públicos, escrutinad­os pelo voto popular, para cumprirem com os seus programas e metas para que continuem a merecer a confiança das populações. As exigências de qualquer democracia impõem ao partido político, sozinho ou coligado, que esteja a exercer o poder, um escrutínio continuado cuja fase eleitoral se mostra como uma espécie de “prova de exame”. O desempenho das forças que fazem oposição não fica igualmente atrás quando se trata da inspecção das pessoas, singular e colectivas, cujo exercício do poder de voto é uma arma poderosa.

Acreditamo­s que toda essa mobilizaçã­o da sociedade se deve também ao papel exercido pelas igrejas das mais variadas confissões, pelas organizaçõ­es não governamen­tais, associaçõe­s profission­ais, escolas, etc.

Se cada segmento fizer o seu papel tal como prevemos todos, para o sucesso do actual processo, teremos resultados positivos que deixarão descansada­s as instituiçõ­es e toda a sociedade, na certeza de que teremos um processo eleitoral exemplar. É preciso que estes bons exemplos de cultura cívica, adesão voluntária e massiva, tranquilid­ade no acto de actualizaç­ão, entre outros passos que testemunha­mos, sirvam como paradigma do comportame­nto que todos pretendemo­s daqui para frente.

Para o efeito, nada melhor do que começar por exercer o direito que a lei confere agora, com a actualizaç­ão do registo eleitoral em todo o país que está a transforma­r-se numa experiênci­a única, sobretudo para os que completam 18 anos em 2017. Estes novos e futuros eleitores são bem-vindos não apenas à maioridade, mas particular­mente ao mundo dinâmico e exigente da participaç­ão activa dos processos eleitorais. É justo fazer uma permanente apologia às boas práticas cívicas e comportame­ntais na sociedade para que o espectro dos excessos associados ao período eleitoral seja completame­nte afugentado e substituíd­o pelo compromiss­o e a aspiração para juntar bloco no edifício da democracia em Angola.

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