Gestão de parques pode melhorar
Iniciativa abre caminho para o conhecimento da fauna e da flora
O plano de gestão dos parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana, situados no Cuando Cubango, no quadro do projecto turístico transfronteiriço de Okavango-Zambeze, foi apresentado ontem, em Menongue, aos membros do Governo da província e da sociedade civil.
Durante a cerimónia de apresentação, que decorreu no anfiteatro do governo provincial, o director Nacional da Biodiversidade, Abias Huoango, disse que com a elaboração do plano de gestão dos parques abre-se uma porta para melhor conhecimento da fauna e flora do Cuando Cubango.
Abias Huongo salientou que os parques vão ser geridos de forma a melhorar as suas funções ecológicas e as populações de vida selvagem. Além disso, vão fornecer uma variedade de serviços ecológicos às populações residentes nessas áreas e os visitantes.
O director nacional da Biodiversidade realçou que o Ministério do Ambiente tem procurado dinamizar a gestão das áreas de conservação passando pela formação e enquadramento de fiscais. “Os parques nacionais são extremamente importantes, visto que representam interesses de todos, e esta gestão e protecção depende da participação de todos os indivíduos”, disse Abias Huongo.
Os Parques Nacionais de Mavinga e de Luengue-Luiana (Cuando Cubango) e Maiombe em Cabinda, recordou Abias Huongo, são os três parques que o governo angolano proclamou no período pós-independência.
Recolha de contribuições
O ambientalista Vladimir Russo explicou que a apresentação do plano de gestão destina-se a recolher contribuições das autoridades do Cuando Cubango para o seu melhoramento e posteriormente ser submetido às instâncias superiores para sua aprovação final.
Com recurso a um projector, Vladmir Russo apresentou todos os componentes que dos parques nacionais. O plano prevê preservar o património geológico e arqueológico, garantir que as gerações actuais e futuras tenham acesso aos parques em segurança, promover o ecoturismo para que as populações residentes e vizinhas possam beneficiar de toda a biodiversidade, garantir a migração da vida selvagem e providenciar as oportunidades para investigação científica e educação ambiental do público.
O ambientalista explicou que o plano de gestão dos parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana é um documento que enuncia a filosofia de base e de desenvolvimento, fornecendo estratégias para a solução de problemas e objectivos identificados ao longo de um período definido. Abias Huongo acrescentou que com base nestas estratégias, programas, acções e estruturas de apoio necessárias para as operações eficientes do parque, são identificados os usos dos visitantes e benefícios para os seres humanos.
O parque de Mavinga tem 46.076 quilómetros quadrados, sendo considerado um dos maiores de Angola, seguindo-se o de Luengue-Luiana com uma extensão territorial de 22.610 quilómetros quadrados.
O oficial do programa de supervisão da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Paul McDermmott, também presente na cerimónia, sublinhou que os planos de gestão dos parques proporcionam uma linha orientadora de administração nos primeiros anos, que é crucial para o sucesso a longo prazo.
Paul McDermmott realçou que a criação dos planos de gestão surge num momento oportuno para melhorar a conservação dos recursos biológicos dos parques e ajudar na orientação e desenvolvimento de infra-estruturas.
Realçou os esforços empreendidos pela USAID, Ministério do Ambiente e o governo do Cuando Cubango na criação do plano de gestão dos parques de Mavinga e Luengue-Luiana, obedecendo uma orientação focalizada na conservação da biodiversidade e promoção do ecoturismo. “O governo dos Estados Unidos está satisfeito por ter apoiado Angola na elaboração do Plano de Gestão dos Parques de Mavinga e Luengue-Luiana e aplaude o compromisso do Estado angolano com a conservação da biodiversidade”, disse.