Famílias chamadas à unidade
Dom Petar Rajic exortou cristãos a irem além das “pequenas tribos de famílias”
O núncio apostólico em Angola, Dom Petar Rajic, exortou ontem os cristãos e todos os homens de boa vontade a levarem a misericórdia e a solidariedade “além das pequenas tribos familiares”. O representante do Vaticano falava ontem no encerramento da peregrinação à Muxima diante de dezenas de milhares de fiéis católicos e de outras confissões religiosas oriundos de todas as regiões do país e do estrangeiro.
O núncio apostólico em Angola, Dom Petar Rajic, considerou importante o cristão buscar o entendimento da sabedoria de Deus, a fim de “descobrir o Céu através do dom do Espírito Santo”.
O representante diplomático da Santa Sé, que falava ontem no encerramento da peregrinação à Muxima diante de dezenas de milhares de fiéis católicos e de outras confissõesoriundos de todas as regiões do país e do estrangeiro, acrescentou ser importante “que o homem conheça as coisas que agradam a Deus”.
A cerimónia de encerramento da peregrinação à Muxima foi marcada pela presença de várias individualidades políticas, com destaque para o governador de Luanda, Higino Carneiro, da ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, do comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, e da vice-governadora de Luanda, Jovelina Imperial.
Baseando-se em trechos da Bíblia, Petar Rajic disse que “Deus é o refúgio dos cristãos, pelo que o Evangelho os convida a seguir a Cristo, carregando cada um a sua cruz através de sofrimentos, desânimos, tristezas e problemas sociais ou até naturais”.
“Os cristãos devem estar em constante comunhão com Cristo, para que as tristezas não os abalem”, reforçou, salientando que os que vão ao Santuário da Muxima o fazem “na procura da graça da felicidade, diante das dificuldades, buscando primeiro o perdão”. Maria, prosseguiu Petar Rajic, “faz o exercício de misericórdia por ser a mulher escolhida para dar à luz ao filho unigénito de Deus. Por esta razão veneramos a Mãe da Misericórdia, porque acreditamos na sua intercessão através das orações dos fiéis, porque não há nada que uma mãe peça ao filho e este não lhe conceda”, frisou. O núncio apostólico defendeu que “o amor e a misericórdia são capazes de suportar todos os desafios” e que o cristão “não deve permitir que a família e o emprego ocupem o lugar de Deus na sua vida”.
Petar Rajic sublinhou que “quem odeia não fica em paz consigo mesmo. Devemos sentir-nos interpelados. Ser bálsamo e sinal de esperança para que a vida tenha sentido. Não nos fechemos apenas em pequenas tribos de famílias, mas abertos a Cristo”. Dom Petar Rajic concluiu com um apelo à caridade dentro e fora das famílias. “É importante que o cristão tenha amor ao próximo, seja capaz de reconciliar e criar a solidariedade para com os outros”, disse.
O bispo de Viana, Dom Joaquim Ferreira Lopes, anunciou a abertura em breve da Igreja da Cabala, construída com as contribuições dos peregrinos da Muxima.