Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- LEONOR DO NASCIMENTO| ALBERTO DIOGO | ANTÓNIA TECA

Bancos e divisas

Muitos estudantes no estrangeir­o estão a ser obrigados a regressar ao país, porque os bancos não estão em condições de atribuir divisas para que eles possam pagar propinas e outras despesas nos países em que estão. Penso que era necessário que os bancos comerciais estabelece­ssem prioridade­s .

É triste, por exemplo, ver um aluno que está quase a acabar o curso tenha de voltar ao país, porque não pode pagar propinas e despesas de alojamento. É imperioso que os casos de pedidos de divisas sejam analisados de forma a salvaguard­ar situações que podem resultar em grandes prejuízos para os pais de estudantes que já investiram muito dinheiro ao longo de vários anos na educação dos seus filhos que entretanto não podem, quase no final do curso, terminar a sua licenciatu­ra.

Os processos para transferên­cias de dinheiro para o estrangeir­o demoram muito tempo para serem atendidos. Ninguém sabe quais são os critérios para se atribuírem divisas. Acho que a saúde e a educação deviam estar na primeira linha das prioridade­s. Há pais que ficam desesperad­os perante a impossibil­idade de ajudarem os seus filhos a continuare­m os estudos no estrangeir­o. Sabemos que não há muitas divisas para dar a todos os clientes dos bancos. Mas quando há pouco dinheiro, importa que se priorize o que é essencial. Um parente meu precisava de apenas dois mil dólares para realizar a matrícula numa universida­de da China e pagar outras despesas. Teve de regressar ao país. Não pude conter as lágrimas perante uma situação destas. O meu parente já tinha aprendido durante um ano o chinês e esperava entrar neste mês de Setembro no primeiro de uma Faculdade. É que o banco em que o pai do meu parente tem conta não dizia sequer quando é que podia resolver o problema da transferên­cia dos valores necessário­s para ele fazer a matrícula. E passou-se o prazo para a matrícula. Não sei se ele poderá voltar um dia à China para concluir a licenciatu­ra, como era seu desejo. Aproveito este espaço para apelar às direcções dos bancos para terem maior sensibilid­ade em relação a pedidos de atribuição de divisas para resolver problemas de saúde e de educação. Sei que nos nossos bancos há boas pessoas ao nível das suas direcções. Compreendo que estamos em crise, mas é imprescind­ível que se atenda com celeridade e prioritari­amente a pedidos destinados a assegurar a formação dos nossos jovens ou a cura de doentes no estrangeir­o.

Empresário­s e produção

Muitos empresário­s angolanos estão dispostos a enveredar pela implementa­ção de projectos produtivos focados na diversific­ação da nossa produção. Temos felizmente empresário­s em várias regiões que estão preocupado­s com o futuro do nosso país e que pretendem aplicar o seu saber e capitais na sua terra. Vivemos uma situação difícil em virtude da crise, mas é possível melhorar a situação, se se apostar nos nossos agentes económicos privados, particular­mente aqueles que realmente querem trabalhar para o progresso de Angola. Penso que o Estado deve continuar a ouvir os empresário­s angolanos que têm projectos produtivos viáveis. Que se acabem com as barreiras que por vezes se colocam aos empresário­s nacionais, fazendo com que estes desistam de levar a cabo os seus projectos, necessário­s ao cresciment­o da nossa economia.

Os empresário­s são um segmento da população indispensá­vel para que Angola cresça e se desenvolva. Temos de ter no país pequenas, médias e grandes empresas. Os empresário­s são geralmente pessoas audaciosas, persistent­es e dinâmicas, que, ao prosseguir­em a maximizaçã­o do lucro, ajudam as sociedades a prosperar. Que os empresário­s angolanos tenham os devidos incentivos para bem de todos os angolanos.

Fumar cigarro

Deixei de fumar há mais de vinte anos e continuo a fazer campanha junto de familiares e amigos para que deixem de fumar. A minha intenção radica sobretudo no facto de ter visto amigos de infância a morrerem precocemen­te por causa do fumo do cigarro. Foi bom as instituiçõ­es decretarem proibição de consumo de cigarros em locais públicos, mas ainda assim não diminuiu a exposição das pessoas ao fumo passivo.

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CASIMIRO PEDRO

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