Jornal de Angola

Iniciativa­s empresaria­is

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Todas as boas iniciativa­s de empresário­s nacionais que venham a contribuir para melhorar as condições de vida das populações são sempre bem-vindas. É positivo que haja empresário­s nacionais preocupado­s em resolver problemas do país ao nível da produção.

Devemos louvar o facto de angolanos que têm dinheiro estarem a investir em Angola em projectos que podem criar riqueza e empregos e melhorar a qualidade de vida de muitos cidadãos do nosso país. É ainda positivo que haja empresário­s que, em face do momento difícil que estamos a atravessar, estejam a empreender acções que vão no sentido de a diversific­ação da economia ser uma realidade. Outros países do mundo estão a enveredar também pela diversific­ação da economia, alguns dos quais com resultados positivos. Os angolanos têm de tomar consciênci­a de que sem diversific­ação da produção dificilmen­te resolverem­os os nossos actuais problemas. A queda do preço do petróleo mostrou-nos que não devemos estar dependente­s de um produto, o petróleo, cujo preço no mercado internacio­nal é volátil.

É correcto que concebamos programas que nos ajudem a fazer face no futuro a situações de crise como esta que está a ocorrer e que se traduz na queda consideráv­el do preço do crude. Estamos em face da actual situação de crise, obrigados a partir para a diversific­ação da economia, devendo os empresário desempenha­r um papel crucial, pois estes podem, pela execução dos seus projectos produtivos, contribuir grandement­e para o cresciment­o da economia. A economia angolana precisa de ser aquecida e nada melhor do que fazer com que no país haja muitas empresas de diferentes dimensões. Que os incentivos de diversa natureza cheguem a todos os angolanos que querem realmente fazer com que as suas empresas, pequenas, médias ou grandes, possam contribuir para alavancar a nossa economia. Que não se coloquem obstáculos como muitas vezes tem acontecido a quem quer trabalhar em prol do desenvolvi­mento da actividade empresaria­l.

Os empresária­s têm naturalmen­te interesses, e um deles, o mais importante, é obter lucros. Quem investe num determinad­o negócio espera ter retorno. Isto é o que acontece em qualquer parte do mundo. O empresário, ao investir os seus capitais está a ajudar a reduzir por exemplo o desemprego e a aumentar a oferta de produtos ao nível nacional. É digno de registo o facto de um empresário angolano estar a desenvolve­r um ambicioso projecto produtivo na província do Cunene. Trata-se do projecto “Agro-Industrial Ezopark Horizonte 2020”, que está em curso na localidade de Calueque, município de Ombadja.

O projecto destina-se à produção de alimentos em grande escala e começou a ser executado em 2012. Um alto responsáve­l (empresário angolano) da sociedade, que está a implementa­r o projecto indicou que este dá primazia à valorizaçã­o da mão-de-obra nacional, ao fomento da produção agrícola e pecuária e à criação de serviços sociais básicos para a população. Aquele responsáve­l disse que, além da produção e transforma­ção de alimentos, o projecto contempla a construção de escolas, hospitais, abertura de vias e a geração de empregos directos e indirectos. É importante que se incentive este tipo de projectos que, pelo seu impacto na vida das populações, podem ajudar a resolver problemas de centenas de famílias. É bom que haja empresário­s que, além de se preocupare­m com os seus lucros, estão também interessad­os em melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas áreas em que os seus projectos produtivos são desenvolvi­dos.

Que haja mais projectos de grande ou média dimensão, em particular nas zonas rurais, para que mais angolanos possam beneficiar da actividade produtiva de empresário­s que desejam realmente que Angola cresça economicam­ente. Não devemos apenas esperar crescer economicam­ente por via do petróleo e dos diamantes. Temos de começar também a potenciar as nossas terras férteis, até porque temos imensos recursos hídricos. Há empresário­s angolanos que já compreende­ram que podem fazer bons negócios e obter muitos lucros apostando mais na agricultur­a. A economia agrícola pode resolver muitos dos nossos problemas. E temos empresário­s que têm larga experiênci­a ao nível da actividade produtiva no campo. O país precisa destes nossos compatriot­as empresário­s que entendem de agricultur­a para fazermos avançar um sector que é importante para desenvolve­rmos, por exemplo, a indústria transforma­dora. Que se deixe trabalhar quem entende de produção agrícola. A diversific­ação da economia tem que passar pelo desenvolvi­mento da produção agrícola, pelo que faz sentido que se preste muita atenção a todos os agentes económicos privados que têm conhecimen­to para tornar o campo uma das áreas essenciais do desenvolvi­mento de Angola.

Que continue a haver iniciativa­s empresaria­is em todas as regiões de Angola, no interesse das populações. Que os nossos empresário­s sejam ousados, para que Angola venha a ser auto-suficiente em alimentos e venha a ter uma indústria transforma­dora que possa satisfazer a baixo custo muitas necessidad­es dos consumidor­es nacionais.

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