Jornal de Angola

Crise de refugiados é um problema global

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A cimeira do G20 reconheceu na segunda-feira que a crise dos refugiados é um problema mundial e pediu “esforços globais” para a travar, após um documento assinado pelos líderes dos países com as maiores economias do Mundo na cimeira realizada na cidade chinesa de Hangzhou revelar que o número de refugiados atingiu “níveis históricos”, com 65 milhões de deslocados.

Durante o debate sobre a questão, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, alertou que o sistema europeu de amparo está prestes a chegar ao seu limite e que os demais países não podem ficar à margem da crise.

Donald Tusk pediu que o problema não só seja reconhecid­o, mas que se tomem medidas concretas para resolvê-lo, depois de citar os milhões de refugiados que a União Europeia acolheu e os milhares de milhões de euros investidos no Médio Oriente.

A União Europeia, referiu, chegou à cimeira de Hangzhou com o objectivo de conseguir que o G20 fizesse mais por solucionar a crise dos refugiados, porque, afirmou, o bloco europeu e países como a Turquia, Jordânia e Líbano têm uma responsabi­lidade desproporc­ional.

Algumas nações ricas não fizeram praticamen­te nada para tentar ajudar a solucionar o problema, não recebendo sequer um refugiado, lamentou Donald Tusk.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que, no encontro, os países do G20 trataram a crise migratória e concordara­m que devem fazer mais para combater as causas de raiz da migração em massa.

Para o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o resultado do debate não foi suficiente.

O também anfitrião do encontro do G20 realizado em 2015 denunciou que a Cimeira “suspendeu o exame” da gestão da crise de refugiados em um ano.

“As medidas propostas para atenuar a crise não foram rejeitadas por ninguém, mas nenhum país deu passos concretos a esse respeito”, disse. Ele sublinhou que o seu país recebeu cerca de 3 milhões de deslocados provenient­es da Síria e do Iraque, o que represento­u uma despesa de 25 mil milhões para os cofres turcos.

Os países ocidentais adoptaram uma “atitude de segurança racista” contra aqueles que buscavam asilo dentro das suas fronteiras, atitude que considerou como “vergonhosa”.

A Turquia, garantiu, vai continuar a receber as vítimas dos conflitos “sem nenhuma discrimina­ção de procedênci­a ou religião”.

A França anunciou ontem que Paris abre em Outubro o primeiro campo de refugiados numa zona densamente urbanizada na Europa, que vai receber 400 homens por um período “de 5 a 10 dias”.

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