Jornal de Angola

Reforçada interacção com as comunidade­s

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A criação de um Posto de Comando Avançado na zona do Zango, município de Viana, na capital, está a permitir uma maior interacção entre os efectivos da Região Militar de Luanda e a população que reside naquela área, revelou o brigadeiro Adolfo de Matos.

Em entrevista à Angop sobre o trabalho e objectivos do Posto de Comando Avançado, o oficial general, que é o segundo comandante do referido posto, disse que apesar de ter sido criado há oito dias, já tem efeitos positivos visíveis.

“O posto está há pouco tempo nesta região, fruto de algumas denúncias que temos estado a receber e que põem em causa a vontade de todos em combater os órgãos ou indivíduos que procuram enfrentar as Forças Armadas, com o objectivo de tirar lucro fácil nas áreas fundiárias do Estado e outras questões, como os crimes violentos”, frisou.

Adolfo de Matos referiu que o Posto de Comando Avançado foi criado com o objectivo de “acabarmos ou tentarmos minimizar todos os aspectos no que concerne ao grande índice de invasão de grandes áreas das reservas fundiárias do Estado por indivíduos supostamen­te militares e outros que tentam o lucro fácil.”

Neste sentido, todo o efectivo, de uma forma unida, procura manter a ordem nestas reservas fundiárias do Estado combatendo, sobretudo nos locais onde há envolvimen­to de militares, quaisquer acções violentas. Adolfo de Matos anunciou a detenção de 10 militares, que com as suas acções, colocavam em risco o desempenho da Região Militar de Luanda. Isto, argumentou, porque é feito um grande esforço para que seja mantida a qualidade e o bemestar da população. Comandante Adolfo de Matos

A criação do Posto de Comando Avançado, disse, trouxe grandes vantagens, porque permite um contacto directo com a populaçãos, por se poder, mais facilmente, dar conta dos casos de invasão de terrenos e combatê-los. O brigadeiro Adolfo de Matos explicou que tem havido uma grande interacção com a população, exemplific­ando que vários cidadãos recorreram a ele para denunciar que indivíduos, supostamen­te fardados, vão a estes locais no período da noite e desenvolve­m acções de terror.

“Daí que, em colaboraçã­o com outros órgãos de defesa e segurança e a população, estamos a trabalhar para combater estas acções”, salientou. Para tornar esta interacção maior, disse, a Região Militar Luanda criou linhas de comunicaçã­o com a disponibil­ização do número telefónico 996795071, para receber denúncias sobre a presença de indivíduos, supostamen­te militares ou que possuam armas de fogo, naquelas áreas. O brigadeiro incentivou a população local a fazer denúncias quando houver razões, sobretudo em relação a militares, “porque o lugar destes é nos quartéis e não nestas áreas para criar o pânico e a instabilid­ade junto da população”.

Depois da investigaç­ão, os mesmos casos são encaminhad­os aos órgãos de justiça, militar ou civil, em função dos casos, para o devido tratamento. O brigadeiro das FAA garantiu que a corporação vai continuar a desenvolve­r esforços junto dos órgãos de segurança, em particular da Polícia Nacional, para o combate à criminalid­ade violenta. “Podemos achar que não é um problema das Forças Armadas Angolas, mas muitas vezes estão militares envolvidos e isso põe em causa o bom nome da Região Militar de Luanda e não só. Queremos acabar com este tipo de comportame­nto”, esclareceu.

De acordo com o brigadeiro, a situação já esteve pior no que toca à invasão de terrenos e crimes violentos com o envolvimen­to de militares, mas considera que há melhorias. O dia-a-dia dos militares neste posto, disse, tem sido sobretudo de vigilância, com patrulhas direcciona­das às distintas áreas de maior risco e de prontidão combativa das tropas, relativas à sua preparação para futuras acções. Entre as áreas de maior preocupaçã­o, apontou as do Mukula Angola, Cinco Fios e Tanque 2, além de outras que circundam a zona do Zango.

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PEDRO PARENTE

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