CARTAS DO LEITOR
Os quadros africanos
Tenho conhecimento de que muitos empresários africanos que estavam na diáspora têm regressado ao nosso continente para fazer negócios. Penso que este regresso vai ajudar a África a desenvolver-se em vários domínios da produção de bens e serviços. Muitos destes empresários estudaram e trabalharam em países em que há grande competitividade e ganharam muita experiência. Eles querem colocar os seus conhecimentos adquiridos em países doutros continentes ao serviço de África.
Muitos empresários africanos que viveram muito tempo fora de África já perceberam que o nosso continente oferece muitas oportunidades. É positivo que os filhos de África estejam a regressar ao continente para realizar variados negócios. Muitos países africanos ficarão a ganhar com os investimentos que os empresários africanos que estavam na diáspora realizam no continente. Eles trazem ao continente a experiência e o conhecimento que muitos dos nossos países precisam para o seu crescimento e desenvolvimento. Gostava que os governos de países africanos incentivassem o regresso ao continente de quadros altamente qualificados para ajudarem na luta contra a pobreza e o desemprego.
É importante que os nossos melhores quadros que vivem na diáspora sejam incentivados a trabalhar nos seus países de origem. As suas altas qualificações devem servir os países do continente. E felizmente há inúmeros quadros africanos na diáspora com elevadas competências. Li há tempos um artigo que dizia que a África gastava muitos milhões de dólares com quadros expatriados. Se calhar era possível diminuir os gastos com a contratação de expatriados, recorrendo-se a quadros africanos que em muitos casos têm as mesmas qualificações, ou até mais, que os expatriados que contratamos. É preciso saber onde se encontram estes africanos com altas qualificações que, em muitos casos, prestam serviços a prestigiadas empresas ou a instituições internacionais de diversa natureza.
Dupla efectividade
Tomei conhecimento de que o Estado quer acabar com a dupla ou mesmo tripla efectividade de cidadãos em instituições públicas. Se é intenção diminuir a despesa com pessoas que trabalham em duas ou mais instituições públicas, era bom que se acautelasse aquelas situações de vazio que vai resultar deste processo de despedimento de trabalhadores com mais de uma efectividade no Estado. Não tenho o domínio deste processo, mas era bom que certos casos fossem bem analisados para se dar o devido tratamento, no interesse da comunidade, sobretudo no que se refere a sectores como a educação e o ensino.
A merenda escolar
Gostava que o Orçamento Geral do Estado de 2017 contemplasse verbas para a distribuição de merenda escolar em todas as escolas primárias do país. Enquanto houver ainda muitas famílias com baixos rendimentos, era bom que o Estado assumisse a responsabilidade de garantir merenda escolar às crianças do ensino primário. Se as crianças do ensino primário puderem ter pelo menos um lanche por dia, isso poderia diminuir o índice de desistência da escola e contribuiria parta um melhor desempenho dos alunos.
No passado já se fez distribuição de merenda escolar, mas por razões que desconheço, o processo não teve continuidade. Que o Ministério da Educação crie os mecanismos adequados para termos no país uma distribuição eficiente de merenda pelos alunos das escolas primárias públicas. Temos muitos alunos que pertencem a famílias pobres que não têm dinheiro suficiente para dar, por exemplo, logo pela manhã, uma refeição aos seus educandos que vão para a escola.
Fim do ano lectivo
Gostava de aconselhar neste espaço os pais ou encarregados de educação que se deslocassem às escolas (do ensino de base) dos seus filhos ou educandos para saberem do seu desempenho escolar, neste último trimestre do ano lectivo. Que os pais ou encarregados de educação conversem com os professores dos seus filhos, a fim de saberem da sua situação escolar, em várias vertentes. O ideal era que o acompanhamento por parte dos pais ou encarregados de educação fosse feito durante todo o ano lectivo.