Inteligência frustra golpe e prende vários suspeitos
O Governo do Burkina Faso forneceu ontem, em Ouagadougou, mais detalhes sobre o desmantelamento de um complot contra a segurança do Estado, promovido por soldados do ex-regimento de segurança presidencial (RSP), antiga guarda pessoal do presidente Blaise Compaoré.
As forças leais a Blaise Campaoré já haviam tentado, em Setembro de 2015, destituir o Governo, mas foram frustradas pelo Exército. “Um grupo de pelo menos 30 homens composto por sub-oficiais e militares do ex-RSP preparavam o assalto a vários objectivos, entre os quais o Palácio Presidencial em Kossyam, para tomar o poder através das armas”, declarou o ministro do Interior, Simon Compaoré.
Segundo o ministro, o golpe de Estado estava previsto para 8 de Outubro, mas os serviços de inteligência conseguiram agir oportunamente contra os conspiradores.
O plano previa, antes do ataque ao palácio, a libertação de todos os presos implicados no golpe de Setembro e o sequestro de algumas das autoridades. A intentona foi descoberta quando os soldados interceptaram durante um controlo de rotina quatro indivíduos sobre a ponte de Nazinon, a cerca de 140 quilómetros a sul de Ouagadougou, que revelavam comportamentos suspeitos que levou a sua detenção.
Durante a sua transferência para a brigada territorial de Pô, (cidade fronteiriça com o Gana), para uma verificação aprofundada da sua identidade, os militares tentaram retirar as armas aos soldados e durante a luta dois destes acabaram por morrer e um dos efectivos foi atingido no abdómen.
O ministro do Interior, Simon Compaoré, referiu que dez soldados implicados nessa intentona foram entregues à Procuradoria Militar de Ouagadougou e uma vintena de outros estão a ser investigados.
No total, 42 pessoas foram interrogadas, entre as quais 32 militares e dez civis, segundo o ministro. Um chefe militar identificado como Coulibaly está a ser procurado pelos serviços de inteligência burkinabes. As autoridades acreditam que ele ainda está no país.
Os golpistas, segundo o ministro do Interior, tinham previsto um “plano B”, após o fracasso do complot que consistia em criar o caos no país e efectuar ataques contra instituições públicas.