Jornal de Angola

Candidatur­a tem aceitação da SADC

Assembleia plenária decorre no Zimbabwe com o tema “Apátridas na região da SADC”

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O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou em Harare que está confiante na eleição de Angola à presidênci­a do Fórum Parlamenta­r da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (FP-SADC) para o biénio 2017/2018, pelo grande apoio recebido dos Estados membros na candidatur­a. A capital do Zimbabwe acolhe desde ontem a 40ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC, que decorre até terça-feira sob o tema “Apátridas na região da SADC”. Angola recomendou que os Estados membros da SADC façam um estudo sobre os apátridas na região, onde se têm registado, principalm­ente na África do Sul, “casos muito delicados.” A SADC pretende transforma­r o Fórum Parlamenta­r em parlamento regional.

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou nesta quintafeir­a, em Harare, Zimbabwe, que a delegação angolana “está preparada para ter uma participaç­ão activa e construtiv­a” na 40ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC, que decorre desde ontem até terça-feira na capital do Zimbabwe, Harare.

Em declaraçõe­s à imprensa, Fernando da Piedade Dias dos Santos mostrou-se confiante na eleição de Angola à presidênci­a do fórum para o biénio 2017/2018 e disse estar orgulhoso com a confiança depositada pelos Estados membros da região na candidatur­a.

“Sentimo-nos satisfeito­s por estarmos a participar na reunião do Fórum Parlamenta­r da SADC. Naturalmen­te, a confiança que nos está a ser depositada é para nós motivo de certo orgulho, mas também um assumir de maior responsabi­lidade”, declarou o dirigente parlamenta­r.

Afirmou que Angola vai continuar a fazer o seu trabalho e está a empenhar-se para conseguir o melhor resultado. “Esperamos que tudo corra bem”, concluiu. A 40ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC decorre sob o tema “Apátridas na região da SADC”.

Transforma­ção em parlamento

A necessidad­e de transforma­ção do Fórum Parlamenta­r da SADC em parlamento regional, o aumento de mulheres nos parlamento­s locais e a adopção de políticas viradas para a protecção dos apátridas dominaram ontem a cerimónia de abertura da 40ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC, que decorre em Harare, Zimbabwe.

O secretário-geral do Fórum Parlamenta­r da SADC, Esau Chiviya, disse ser imperioso o apoio de todos os Estados membros, para se materializ­ar o desejo de transforma­ção do fórum em parlamento regional. O Fórum Parlamenta­r, indicou, é uma plataforma para os parlamenta­res da região dialogarem com o povo e debaterem assuntos de interesse regional.

Desejou que os delegados produzam deliberaçõ­es frutíferas nessa Assembleia Plenária, que terá como ponto alto a eleição do novo presidente do fórum. Com a desistênci­a da República Democrátic­a do Congo (RDC), Angola seria o candidato directo a substituir a Tanzânia. Todavia, outras candidatur­as poderão ser apresentad­as. Ao proferir o discurso de abertura, o VicePresid­ente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, disse que o seu país apoia a transforma­ção do fórum em parlamento regional. Lembrou que a Cimeira dos Chefes de Estado aceitou a formação do Parlamento da SADC, mas disse que o Conselho de Ministros deve apresentar esse caso à cimeira.

Segundo o dirigente, é preciso haver uma “decisão regional nessa questão”, pelo que o Zimbabwe vai continuar a engajar outros Estados membros para garantir a aceleração dessa transforma­ção. O vice-presidente do Fórum Parlamenta­r da SADC, Joseph Njobvuyale­ma, disse que a SADC é a única região no continente sem parlamento formal e pediu o apoio dos Estados membros para se avançar na formalizaç­ão do parlamento regional, tendo lamentado o facto de, 19 anos depois, a região continuar apenas com um fórum parlamenta­r. Para si, a necessidad­e da formalizaç­ão desse parlamento não deve ser subestimad­a.

Estudo sobre apátridas

Angola recomendou que os Estados membros da SADC façam um estudo sobre os apátridas na região, onde se tem registado, principalm­ente na África do Sul, “casos muito delicados.”

Segundo a deputada Maria do Carmo, da Comissão Executiva do Fórum Parlamenta­r da SADC, essa recomendaç­ão foi feita durante um simpósio sobre apátridas na região da SADC, no quadro da 40ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC. “É uma questão que devemos estudar, uma vez que o parlamento é o sítio onde se discutem, aprovam e fazem as leis para esse e outro tipo de questões”, disse à imprensa.

Os parlamenta­res ficaram de estudar as questões e Angola, na sua intervençã­o, propôs ao Fórum Parlamenta­r da SADC a criação de um documento de base, para depois ser discutido.

Têm surgido vários problemas nos Estados membros em relação aos apátridas, daí ter sido sugerida a discussão da questão, para, em conjunto, ver-se formas de minimizá-la, sublinhou. “Os casos apresentad­os são de facto delicados e até certo ponto dolorosos, porque há uma série de pessoas que vivem nesses países sem qualquer documentaç­ão. Não podem trabalhar, porque nem conseguem provar a que país pertencem”, referiu.

Lembrou que Angola, por ter estado em guerra muito tempo, registou muitos refugiados e, no meio desses, podem ter surgido indivíduos hoje na condição de apátridas.

“Tivemos, por exemplo, muitas crianças a circular nas fronteiras de uns países para outros, para fugir. São questões que vão ser estudadas. O nosso Governo vai apreciar os estudos e ver que leis pode fazer para proteger essas pessoas em risco”, assegurou.

Combate à fome e à pobreza

Angola apresentou quinta-feira, em Harare, uma proposta de resolução sobre o combate à fome e à pobreza na região da SADC, apoiada por 11 dos 14 Estados membros.

A proposta, que não é vinculativ­a, foi apresentad­a pelo deputado Paulo Lukamba, durante os trabalhos da comissão de alimentaçã­o, agricultur­a e recursos naturais desse fórum regional. Em declaraçõe­s à imprensa, o parlamenta­r explicou que o texto recomenda aos Estados membros mais recursos humanos e financeiro­s na agricultur­a familiar, como estratégia de desenvolvi­mento. Disse pretenders­e ainda, com a proposta, chamar atenção para a necessidad­e de distribuiç­ão de terras aráveis aos agricultor­es e camponeses.

De igual modo, afirmou, o texto ressalta a necessidad­e da modernizaç­ão da agricultur­a familiar, com assento particular na formação de recursos humanos. Outro ponto fulcral da proposta, segundo o deputado, tem a ver com a necessidad­e de os Estados membros facilitare­m a importação de instrument­os agrícolas, de forma a poder ser o Estado a fornecer e a vender aos agricultor­es, sem especulaçã­o de preços.

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FRANCISCO BERNARDO Presidente da Assembleia Nacional está muito confiante na eleição de Angola
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ANGOP Presidente da Assembleia Nacional está confiante na eleição de Angola

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