Jornal de Angola

Um momento muito especial

- VICTOR CARVALHO |

Este ano as comemoraçõ­es de mais um aniversári­o da Independên­cia Nacional, o 41º , ocorreram num momento especialme­nte marcante na vida do país por estar em curso todo um esforço conjunto no sentido de se ultrapassa­rem os constrangi­mentos que têm impedido o normal desenvolvi­mento da economia do país.

Mais do que se falar em reconcilia­ção nacional e do tempo passado numa guerra que deixou marcas ainda hoje bem visíveis em todo o país, sobretudo no seu tecido económico, é importante que empenhemos todos os nossos esforços e energias no trabalho comum de dar corpo aos projectos traçados para que possamos recuperar o tempo perdido em disputas políticas e partidária­s que apenas serviram para nos dividir e assim servir os interesses de quem não se habitua ao funcioname­nto do sistema democrátic­o.

Só com uma evidente má vontade ou cegueira partidária é que se poderão colocar em causa os ganhos que advêm do fim da guerra, que apenas chegaram tarde ao país devido à insensatez de quem desafiou a vontade que o povo expressou nas urnas em 1992.

Esse atraso, que impediu que o país estivesse melhor preparado para fazer frente aos desafios que agora se colocam em virtude de uma conjuntura internacio­nal particular­mente adversa para economias ainda num inferior patamar de desenvolvi­mento, obrigou a que estejamos numa espécie de repetição daquilo que foram os esforços feitos após a proclamaçã­o da Independên­cia Nacional, 41 anos atrás.

Agora, tal como em 1975, o povo dá mostras de conseguir ultrapassa­r a situação adversa resultando essa certeza dos sinais que já se percebem dos esforços que vêm sendo feitos nos últimos dois anos.

Aos poucos, na verdade, vão-se registando acentuadas melhorias no funcioname­nto da economia resultante­s de uma estratégia consciente­mente traçada e rigorosame­nte cumprida, não obstante a adversidad­e dela ter sido projectada em circunstân­cias particular­mente difíceis.

Contrariam­ente ao que sucedia há uns meses atrás, o sistema bancário já está a disponibil­izar divisas para viagens, apoio a famílias e a estudantes que residem no estrangeir­o.

Os preços dos principais produtos da cesta básica estão numa acentuada espiral de descida, ao mesmo tempo que aos principais portos do país chegam constantem­ente bens alimentare­s que satisfarão as necessidad­es das famílias na quadra festiva que se avizinha rapidament­e.

Os esforços que estão a ser feitos pelo sector da Energia e Águas abrem excelentes perspectiv­as para a redinamiza­ção da indústria nacional o que, paralelame­nte, vai servir para reduzir o desemprego e, consequent­emente, aumentar a renda das famílias nacionais.

A chegada ao país de grandes quantidade­s de sementes e de fertilizan­tes deixa perceber que a produção nacional de bens agrícolas vai aumentar, o que significa dizer que as importaçõe­s serão reduzidas, podendo as divisas que para isso seriam necessária­s ser usadas para a satisfação de outras necessidad­es igualmente urgentes.

A Sonangol, um dos grandes dínamos da economia nacional, está a apresentar resultados bastante positivos na sua nova administra­ção que, absurdamen­te, está a ser contestada não pela sua competênci­a técnica ou profission­al mas por mesquinhas questões de ordem política e que dizem bem do modo como actuam quem as despoletou.

Muitos outros resultados positivos que advêm das medidas atempadame­nte aplicadas pelo Executivo poderiam aqui ser reflectida­s como factos capazes de consolidar o optimismo nacional num futuro imediato mais tranquilo.

É importante sublinhar também que a menos de um ano da realização de eleições todo o processo que enquadra a ida às urnas está a decorrer com toda a tranquilid­ade e dentro daquilo que são as normas impostas pela legislação atempadame­nte aprovada no Parlamento.

Por tudo isto, fica difícil entender algumas aves de mau agoiro que teimam em prosseguir uma campanha de intoxicaçã­o pública através de recurso a argumentos políticos que pecam por não terem sustentaçã­o prática.

É que, por muito que isso lhes custe, a realidade está aí, nua e crua, aos olhos de todos e dispensand­o mais qualquer comentário.

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