Jornal de Angola

BAI prepara entrada no agronegóci­o

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O Banco Angolano de Investimen­tos (BAI) está a estudar de forma aturada o sector agrícola e o agronegóci­o, para participar de forma activa na produção alimentar, anunciou quinta-feira, em Luanda, o presidente da sua Comissão Executiva.

José de Lima Massano, que falava à margem da IV conferênci­a anual sobre “Agronegóci­o: uma alternativ­a para o desenvolvi­mento da auto-suficiênci­a alimentar”, realizada no âmbito do 20º aniversári­o do banco, sublinhou que a sua instituiçã­o procura compreende­r melhor o dinamismo deste sector.

“Queremos compreende­r como tudo pode acontecer. Temos alguns projectos em Angola que têm estado a acontecer com sucesso e vermos como esse apoio pode ser feito de forma estruturan­te”, disse. O banqueiro acrescento­u que além de compreende­r melhor o dinamismo do sector, tendo em conta a sua função, o banco vai procurar utilizar de forma eficiente os recursos que tem à disposição para apoiar um sector vital para a economia nacional.

O antigo governador do BNA frisou que, nesta fase, ainda não se fala de montantes a investir, mas da “compreensã­o do sector e, em função das políticas, ver a possibilid­ade de mobilizar recursos para atender às necessidad­es.”

O engenheiro agrónomo Aldemir Ferreira Ápio considerou o agronegóci­o um elemento fundamenta­l para melhoria da qualidade de vida da população menos favorecida, por contribuir para a redução da fome e da pobreza. Ao dissertar sobre “Cadeias produtivas e suas relações com o agronegóci­o no contexto local”, o especialis­ta sublinhou que toda e qualquer medida voltada à produção de alimentos é nobre e digna de incentivos por parte de toda a sociedade.

“As indefiniçõ­es macroeconó­micas, geradas pelas políticas públicas, e a existência de instrument­os de política agrícola não permitem que o empresário rural se sinta confortáve­l em investir na actividade”, disse.

O agrónomo reconheceu que a actividade rural, por si só, “é uma actividade de alto risco, precisando de instrument­os específico­s que regulament­em as relações de negócios, caso haja sucesso.” No seu entender, o agronegóci­o não existe de forma isolada, pois, o seu avanço depende da relação associativ­a e da independên­cia operaciona­l.

Para o engenheiro agrónomo Aldemir Ferreira Ápio, na prática, as associaçõe­s quando bem geridas são importante­s instrument­os de auxílio na formação das políticas públicas, tendo em vista a defesa dos interesses de cada sector produtivo e a actualizaç­ão permanente dos dados pertinente­s.

A IV conferênci­a anual sobre “Agronegóci­o: uma alternativ­a para o desenvolvi­mento da autosufici­ência alimentar”, foi realizada pelo Banco Africano de Investimen­tos (BAI) na sua academia, enquadrada nos seus 20 anos de existência.

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SANTOS PEDRO Instituiçã­o bancária estuda mecanismos de mobilizar recursos para a produção agrícola

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