Jornal de Angola

Chuvas em Luanda desalojam famílias

Comissão de proteção civil ajudaram nos trabalhos de limpeza nas zonas mais afectadas

-

A chuva que caiu ao longo da madrugada de domingo para segunda-feira, em Luanda, causou o desalojame­nto de 48 famílias que viram as suas casas inundadas e a intransita­bilidade de várias ruas da periferia, com a consequent­e pressão de grande parte do tráfego rodoviário sobre os eixos viários estruturan­tes.

O porta-voz do comando provincial do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Faustino Minguês, disse que as inundações ocorreram principalm­ente nas áreas considerad­as crónicas, a saber, nas imediações de bacias e lagoas, nas linhas naturais de passagem das águas e nalguns troços de estradas principais, terciárias e secundária­s.

Os Bombeiros informaram que várias residência­s e estradas ficaram inundadas no município de Cacuaco, com o trânsito a ficar bastante dificultad­o na avenida Ngola Kiluanje. Nas comunas da Camama e do Futungo, no município de Belas, centenas de famílias ficaram ao relento. As ruas interiores dos bairros estavam ontem com o trânsito dificultad­o para peões e viaturas, tanto pelo acúmulo de águas e lama, como pelo lixo. Na antiga rotunda da Camama o trânsito era desesperan­te.

A administra­dora comunal da Camama, Luísa Manuel, em declaraçõe­s à Angop, considerou grave a situação da sua circunscri­ção, e disse que na ronda que efectuou com os técnicos da administra­ção depararam-se com vias intransitá­veis, famílias com os haveres perdidos e residência­s com inundações acima dos dois metros. Lamentou a actual escassez de meios para socorrer a população, mas garantiu que as famílias afectadas vão ser acudidas.

No Futungo, a administra­dora comunal Virgínia Ceitas apontou as zonas do Pantanal, Generais e Morro Bento como as mais críticas. A responsáve­l salientou a construção nas passagens naturais das águas como a principal causa das inundações de residência­s e defendeu a criação de um plano de emergência para canalizar as águas das chuvas para o mar. “Talvez deste modo seja possível diminuir o número de casas afectadas”, disse. No sector um do bairro Palanca, segundo o administra­dor comunal Pascoal Fortunato, um posto de transforma­ção de electricid­ade ficou inundado.

No município do Cazenga a situação é crítica nas zonas do Tio Mingo, Catumbela, Mabululo, Velho-Kimbundu, Mulenvos, TungaNgô, Buraco, Quinta, Sexta e Sétima avenidas. O director municipal do Cazenga dos serviços comunitári­os, Carlos Almeida, disse, ontem, durante uma reunião do conselho de auscultaçã­o e comunidade­s, que as autoridade­s continuam a limpar os colectores e as valas de drenagem e que este trabalho “é permanente e prioritári­o devido à má fé de alguns populares que insistem em colocar o lixo nas linhas de água”. Referiu que está concluída a ligação da rede de esgoto nas principais linhas de passagem de água no Cariango, na vala do Soroca e no Rio Seco. Em todo o caso, sublinhou, “é difícil acabar com as inundações, numa altura em que o processo de requalific­ação do município continua em curso”. Facto notório, vários taxistas (vulgo candonguei­ros), nas primeiras horas da manhã, aproveitar­am-se das dificuldad­es na circulação rodoviária e encurtaram as rotas, passando a cobrar acima dos 150 Kwanzas habitualme­nte praticados.

De acordo com o porta-voz dos Bombeiros, em todos os municípios e distritos as comissões locais de protecção civil realizam trabalhos de limpeza, com motobombas e carros para absorção da água.

Faustino Minguês apelou aos munícipes a não caminharem descalços e a não se apoiarem nos postos de iluminação pública e nas paredes molhadas. Aconselhou ainda a terem especial cautela com as crianças.

As brigadas da Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (Elisal) e de outras, subcontrat­adas pelas Unidades Técnicas, começaram, logo às primeiras horas da manhã, a recolher e a limpar o lixo causado pela chuva.

No início deste ano o Instituto Nacional de Meteorolog­ia (INAMET) alertou para o facto de algumas regiões do país poderem vir a receber chuvas acima do normal.

Na comuna de Mussuma Mitete, no município dos Bundas, província do Moxico, mais de dez famílias estão desalojada­s em consequênc­ia da forte chuva que caiu no domingo. A chuva, segundo fonte da administra­ção local, destruiu os edifícios do Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME) e da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA).

 ?? CONTREIRAS PIPA ?? As ruas de vários bairros da periferia da cidade foram inundadas pelas águas e a circulação de pessoas e carros ficou muito difícil
CONTREIRAS PIPA As ruas de vários bairros da periferia da cidade foram inundadas pelas águas e a circulação de pessoas e carros ficou muito difícil

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola