Sudaneses em cursos de formação laboratorial
Ministro sul-sudanês elogia Plano Nacional de Geologia e quer aproveitar a experiência
Angola vai formar quadros do Sudão do Sul nas áreas laboratoriais, negociação contratual e na definição de políticas sectoriais, anunciou ontem, em Luanda, o ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz. O ministro disse que equipas técnicas dos dois países trabalham nas áreas já identificadas e o protocolo deve ser assinado no próximo ano.
Angola vai formar quadros do Sudão do Sul nas áreas laboratoriais, negociação contratual e na definição de políticas sectoriais, anunciou ontem, em Luanda, o ministro da Geologia e Minas. Equipas técnicas dos dois países trabalham nas áreas já identificadas e o protocolo deve ser assinado no próximo ano.
Francisco Queiroz fez estas declarações após o encontro com o seu homólogo do Sudão do Sul, Gabriel Thokuj Deng, com quem tratou da cooperação e das oportunidades de investimentos na área mineira. O ministro disse tratar-se de uma cooperação vantajosa para os dois países, visto que o Sudão do Sul está independente desde 2011 e tem apenas seis meses de actividade no sector mineiro. “O Sudão do Sul está ávido em colocar o ministério em andamento”, referiu o ministro.
O ministro do Sudão do Sul, Gabriel Thoukuj Deng, agradeceu a disponibilidade manifestada por Francisco Queiroz em cooperar com o seu país e afirmou que Angola foi o primeiro país escolhido para visitar. O objectivo é ganhar experiência no sector mineiro angolano.
Gabriel Thoukuj Deng declarou que o encontro criou bases para a concretização do protocolo entre os dois ministérios e confirmou a expectativa de aprender com Angola no desenvolvimento de um sector primordial para a economia de um país.
Referências do Planageo
Uma das referências que está a impulsionar a cooperação com Angola, segundo o ministro do Sudão do Sul, é o Plano Nacional de Geologia (Planageo), lançado em Maio de 2014, considerado um dos maiores trabalhos de pesquisa mineira do mundo, que consiste no mapeamento dos potenciais recursos mineiros.
O plano, que tem a duração de cinco anos, envolve levantamentos aéreos, recolha e análise de amostras. O estudo já permitiu o levantamento aéreo do potencial geológico numa área equivalente a 48 por cento do território nacional. As empresas Citic, da China, com 25 por cento da área total, a brasileira Costa e Negócios (37,5 por cento) e o consórcio formado pelas empresas Impulso, Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal, com 37,5 por cento, são as responsáveis pelo estudo. A Impulso, que integra um consórcio com o Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal, é responsável pela pesquisa para determinar o potencial mineiro da região sul e sudeste, numa área de quase 470 mil quilómetros, que abrange as províncias do Namibe, Huíla, Cunene, Benguela, Huambo, Bié, parte do Cuando Cubango e parte do Cuanza Sul.
A pesquisa vai também determinar o aquífero existente no deserto, o que pode permitir a prática da agricultura nesta e noutras zonas consideradas áridas.
Encontros e visitas
A delegação do Sudão do Sul, que chegou segunda-feira a Luanda para uma visita de quatro dias, está também a tomar contacto com o Código Mineiro e com a legislação sobre Ambiente Institucional. O ministro das Minas do Sudão do Sul quer também perceber o modelo angolano de gestão de recursos naturais, em particular, dos diamantes e do petróleo e gás.
Gabriel Thoukuj Deng tem também agendado encontros com o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, e visita à sede da Sociedade Mineira de Catoca, em Luanda, onde vai ser informado sobre o funcionamento de Catoca, a quarta maior mina de diamantes a céu aberto do mundo, além da visita ao Laboratório da Geongol, uma estrutura de tratamento de amostras de minerais extraídos em Angola e no exterior.