CARTAS DO LEITOR
Alunos desacompanhados
Todos os dias vejo, com muita preocupação, crianças que vão à escola sozinhas. Em alguns casos, vão a pé. Em outros, apanham táxi. Não sei o motivo que impede os seus pais ou encarregados de educação de os acompanhar, mas, seja como for, penso não haver motivo que justifique tal falha, que, com os perigos que andam à solta, pode ser fatal. Todos os dias, ouvimos nas rádios e vemos nas televisões casos de crianças que foram raptadas, violadas e até mortas por estarem sozinhas.
Os pais deviam aprender com essas situações menos boas que têm acontecido a muitas crianças. Não podemos relaxar ou cruzar os braços só porque não aconteceu connosco. Há um ditado que diz quando a lavra do vizinho estiver a pegar fogo, devemos molhar a nossa, pois nunca sabemos quando é que esse mesmo fogo vai afectar também a nossa lavra. Ou, dito de outra forma, quando vir as barbas do seu vizinho a pegar fogo, ponha as suas de molho. Todo o cuidado é pouco.
Alguns pais e encarregados de educação apontam a hora em que têm de sair de casa para ir ao serviço, para justificar o não acompanhamento dos filhos à escola. Isso pode fazer algum sentido nas grandes metrópoles que são hoje algumas das nossas cidades, mas, ainda assim, eu me pergunto: entre atrasar alguns minutos no serviço e impedir que o seu filho ou filha enfrente todos esses perigos, qual é a melhor opção?
Facilmente, posso concluir que a resposta é a segunda, pois ninguém quer ver o seu filho virar presa fácil de gente maldosa ou de um eventual atropelamento. Por essa razão, para que isso não aconteça, é fundamental que passemos a ser mais vigilantes com os nossos filhos.
Não podemos permitir que continuem a fazer grandes caminhadas sozinhos. Se não tivermos tempo para os levar à escola ou a outros lugares, vamos pedir a um familiar próximo e de confiança que o faça. Só não devemos aceitar que falhas como essas continuem a acontecer. Se partirmos do princípio de que as crianças são seres indefesos e facilmente manipuláveis, concluiremos que não devemos deixá-las andar sozinhas. Aqui fica o conselho.
Mercado do Zango
Sou morador do Zango Zero, no bairro Mundimba. Quero, antes de mais, felicitar o grande trabalho que tem sido desenvolvido todas as segundas-feiras para a limpeza do Mercado do Zango e arredores.
Quem às manhãs por ali passa, pode constatar isso. É bonito ver os vendedores a contribuírem para melhorar o saneamento básico do local, apesar dos constrangimentos que têm causado no trânsito.
Lamento apenas o facto de alguns vendedores ambulantes pouco ou nada fazerem para colaborar.
Espero que esta iniciativa consiga mobilizar também os moradores do Zango no sentido de sairmos todos beneficiados com isso. Outro aspecto que me tem preocupado é a falta de energia no bairro, que tem deixado os moradores insatisfeitos.
Temos conhecimento de que o Estado já fez o cadastramento da zona e que já foram identificados os locais para a instalação dos postos de transformação de energia eléctrica, o que nos deixou, no princípio, com alguma esperança de dias melhores. O grande problema é que o projecto já leva mais de três anos e até agora não há grandes avanços. Fruto da falta de energia no bairro, tem aumentado o número de assaltos aos moradores e às residências.
Recentemente, a Comissão de Moradores reuniu com os residentes do bairro, na tentativa de encontrar soluções, mas, infelizmente, as coisas não têm resultado. Continuamos a viver o mesmo dilema.
Estamos todos conscientes de que o nosso Governo tem prestado um bom serviço no intuito de continuar a criar condições para melhorar os serviços básicos à população, como no caso de abastecimento de água potável, fornecimento de energia e melhoria das infra-estruturas sociais. Mas é preciso ir um pouco mais rápido em alguns projectos, como é no nosso caso, que já leva três anos.
Espero que Administração Municipal de Viana tenha também em atenção a nossa situação, porque já não estamos a conseguir conservar os frescos.