Jornal de Angola

Falta de passageiro­s impede circulação regular

COMBOIO ENTRE MOÇÂMEDES E LUBANGO Empresa dá primazia à transporta­ção de combustíve­l para a Huíla e de gás butano para o Cuando Cubango

- UPALE |

Manuel Candacanda avançou que o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, que já funciona em pleno desde 2012, subsiste em estreita dependênci­a das condições do próprio mercado.

O delegado Manuel Candacanda referiu que o objecto social do CFM é a transporta­ção de pessoas e mercadoria­s, na rota Namibe-Lubango, daí que o Conselho de Administra­ção da Empresa pensou em montar uma estratégia no sentido de aumentar o grau de utilização do comboio como meio de transporte público por excelência.

Neste sentido, disse que, para o troço Namibe-Lubango, está a ser efectuada a circulação de mais comboios de mercadoria­s, com a transporta­ção de combustíve­l para a Huíla e de gás butano para o Cuando Cubango, bem como tem estado a transporta­r os equipament­os que estão a servir de montagem na zona de produção mineira do Cuchi, o chamado ferro guza.

A nível da referida rota, Manuel Candacanda salientou que só não se efectua o transporte de passageiro­s, porque o estudo de mercado da empresa indica a inexistênc­ia de população que justifique a realização de rotas específica­s, em função dos custos operaciona­is avultados do próprio caminho-de-ferro.

O delegado do CFM esclareceu que a administra­ção da empresa pretende atingir a diversific­ação de mais comboios de mercadoria­s, para conseguir justificar a introdução de caravanas de passageiro­s.Como solução, o responsáve­l disse que a empresa está a realizar estudos de viabilidad­e e, num futuro próximo, apostar na diversific­ação dos próprios equipament­os específico­s, para o transporte de pessoas.

Referiu que os desafios da empresa são enormes, mas o CFM, em função das experiênci­as, só atinge o topo da sua capacidade com o projecto mineiro de ferro. “Caso arranquem as minas do município da Jamba e de Xamutete, na província da Huíla, com certeza a empresa volta aos indicadore­s que já apresentou na década de 1970”, aponta.

Manuel Candacanda aludiu que se a situação económica do país e a realidade das empresas públicas fundamenta­lmente fossem excelentes, o CFM faria novas contrataçõ­es de pessoal. Mas, enquanto a crise prevalecer, a instituiçã­o fica apenas a potenciar os 1.500 técnicos com formações e refrescame­ntos.

A realização de comboios semanais é variável, na medida em que o CFM só está a operar substancia­lmente para a Sonangol e a Sonagás. À pedido do cliente, a empresa efectua três frequência­s da localidade de Saco Mar para o Lubango, na transporta­ção de cisternas de combustíve­is, e dois outros comboios quinzenais de transporte de gás para o Cuando Cubango.

“Na eventualid­ade de surgir um cliente a solicitar o transporte de madeira e de granito de Lubango para Namibe, esses comboios são variáveis”, explicou o responsáve­l para avançar que a programaçã­o como tal do comboio num calendário tem mais a ver com o serviço de passageiro­s. O delegado do CFM falava ao

à margem da primeira sessão ordinária do Governo Provincial, que visou avaliar, entre outros documentos, a informação do grau de cumpriment­o das recomendaç­ões saídas da reunião anterior, apresentaç­ão do relatório anual de execução financeira de despesa do ano passado e o comunicado final do sexto conselho consultivo do Ministério dos Transporte­s. Orientada pelo governador Rui Falcão, a reunião serviu ainda para analisar a situação política, económica e social da província, num encontro em que os membros tomaram conhecimen­to do andamento do processo de registo eleitoral na região, que considerar­am de positivo o nível de organizaçã­o e desenvolvi­mento.

Segundo o comunicado de imprensa, lido pelo director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Governo, Alexandre Niyùca, os participan­tes avaliaram o relatório anual de execução financeira de despesa do exercício económico do ano de 2016 e constatara­m com agrado o referido exercício que se quedou numa cifra de 95,54 por cento.

Sobre os caminhos-de-ferro, os participan­tes à primeira sessão ordinária reiteram a necessidad­e da comunhão de esforços entre o Governo Provincial e o Conselho de Administra­ção do CFM, para a melhoria do desempenho desta empresa pública de transporte­s, em benefício da população local.

Os membros à reunião apreciaram ainda o ante-projecto do regulament­o sobre a utilização do Pavilhão Welwitschi­a Mirabilis, apontando para a necessidad­e de se conceder uma melhor gestão àquela infra-estrutura desportiva.

Apreciaram igualmente o regime jurídico referente ao salário mínimo do trabalhado­r doméstico, bem como tomaram conhecimen­to do comunicado final do Conselho de Gestão Integrada dos Recursos Biológicos e Aquáticos, realizado em Dezembro de 2016, o relatório referente ao workshop sobre a “Justiça Juvenil”, organizada em Novembro de 2016, bem como as projecções da população do Namibe de 2015 a 2050, com o Serviço Provincial do Instituto Nacional de Estatístic­a.

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Estão a ser realizados estudos de viabilidad­e econónica para que proximamen­te os comboios de mercadoria­s possam também levar passageiro­s

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