A igualdade de género ainda está por alcançar
“Género, Ciência e Desenvolvimento Sustentável: o Impacto dos Media-Da visão à acção” foi o tema de um evento realizado sextafeira, na sede da Organização Nações Unidas, em Nova Iorque, a propósito do Dia Internacional para Mulheres e Raparigas na Ciência, comemorado ontem.
Num artigo publicado para marcar a data, a responsável da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, pergunta: “O que faz com que uma menina acredite que é menos inteligente e capaz que um menino? E o que acontece quando essas crianças enfrentam matérias consideradas difíceis como ciência, tecnologia, engenharia e matemática?”
No artigo, Phumzile MlamboNgcuka cita um estudo recente que afirma que estereótipos de género relativamente à habilidade intelectual começam cedo e influenciam os interesses das crianças.
Phumzile Mlambo-Ngcuka afirmou que é preciso acabar urgentemente com os estereótipos nos ambientes onde as crianças brincam, aprendem e crescem.
A brasileira Ariadne Silva, que trabalha como pesquisadora em genética oral na Universidade do Texas, Estados Unidos, disse à ONU News que não se arrepende da sua opção profissional. “É uma carreira dinâmica, o meu dia nunca é o mesmo. Um dia estou na clínica, no outro no meu laboratório tentanto averiguar os dados, escrevendo artigos científicos. É uma carreira muito dinâmica e muito divertida. Também interajo muito com os alunos no laboratório, tentando criar os investigadores do amanhã.”
Esta semana, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) lançou um relatório a alertar que as mulheres representam apenas 28 por cento dos pesquisadores do mundo. Elas também são minoria nas áreas de engenharia e de ciências da computação.
Os dados globais mostram que existem muitas variações em cada região do mundo. Por exemplo, nas Filipinas e na Tailândia, 52 por cento dos pesquisadores são mulheres, enquanto no Japão, um país conhecido pela sua alta sofisticação tecnológica, elas representam apenas 15 por cento. Na América Latina, segundo a UNESCO, está prestes a ser alcançada a paridade entre homens e mulheres nas ciências, já que elas representam 44 por cento dos pesquisadores.