Diplomacia vibrante com eleição de Sacko
Angola assinala hoje 41 anos desde que foi admitida como membro de pleno direito da então Organização de Unidade Africana (OUA), hoje União Africana (UA). O Ministério das Relações Exteriores refere que Angola tem assumido um papel preponderante na organização continental, sendo o facto mais recente, a eleição da angolana Josefa Sacko no cargo de comissária para a Economia Rural e Agricultura, durante a 28.ª Cimeira da União Africana.
Angola assinala hoje 41 anos desde que foi admitida como membro de pleno direito da então Organização de Unidade Africana (OUA), hoje União Africana (UA).
O Ministério das Relações Exteriores, em comunicado distribuído ontem por ocasião da data, refere que, nos dias que correm, Angola tem assumido cada vez mais um papel preponderante na organização continental, sendo o facto mais recente a eleição da angolana Josefa Sacko no cargo de comissária para a Economia Rural e Agricultura, durante a 28.ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA, realizado no mês passado em Adis Abeba, Etiópia.
“O papel de Angola na UA é transversal a todos os domínios, como é, por exemplo, o facto de presidir consecutivamente à Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e-ou assumir (nesta semana) a vice-presidência do grupo africano junto da FAO”, lê-se no comunicado.
O Ministério das Relações Exteriores explica que estes feitos começaram a ser forjados em 1976, com o então ministro das Relações Exteriores, José Eduardo dos Santos, quando o país começou a trilhar os caminhos da campanha diplomática, numa altura em que o território angolano estava ameaçado pelos exércitos invasores zairense e sul-africano. Este facto, refere, aconteceu após a Independência, a 11 de Novembro de 1975, e com a constituição do primeiro Governo da então República Popular de Angola.
“Fruto de uma intensa luta diplomática conduzida pelo actual Presidente da República, Angola foi reconhecida e admitida, a 12 de Fevereiro de 1976, (como) quadragésimo sexto membro da actual União Africana e, em Dezembro do mesmo ano, na Organização das Nações Unidas”, lembra a diplomacia angolana, acrescentando que, nesse período, além da importante vitória diplomática, cerca de 80 países (primeiro o Brasil), 40 dos quais africanos, reconheceram o Governo da então República Popular de Angola.
A Organização de Unidade Africana (OUA) foi criada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, por 32 Estados africanos já independentes na altura. O acto constituiu-se no maior compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente. Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pelas Nações Unidas, em 1972, Dia da Libertação de África. A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de converterem-se num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.
A 12 de Julho de 2002, em Durban, África do Sul, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.
Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de África a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajectória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.
A União Africana tem como objectivos a unidade e a solidariedade africana. Defende a eliminação do colonialismo, a soberania dos Estados africanos e a integração económica, além da cooperação política e cultural no continente.